agosto 09, 2008

Contribuição, um dia na DASLU

Senhoras, como ainda não tive o prazer ou desprazer de ter meu primeiro dia andando pela Daslu, achei interessante a contribuição do colega José Carlos Sebe Bom Meihy, do jornal contato (www.jornalcontato.com.br)

ai vai:


Sebe conta suas aventuras na aristocrática loja Daslu e constata, sociologicamente, a grife Daspu.

Acompanho com interesse sociológico o debate ou melhor a quase guerra, entre a as marcas “Daslu” e “Daspu”. Confesso, contudo, que há algo que supera a interpretação intelectual desta querela que, em últimas análises, extrapola a racionalidade e convoca o pitoresco. Pois bem. Convidado por um casal de amigos para fazer uma necessária “pesquisa de campo”, recebi as instruções para tal aventura. Estranhei em primeiro lugar ao ser avisado que iríamos de táxi, mas concordei rapidinho quando soube que lá o estacionamento custa R$ 40,00 por hora. Como é fácil supor que pouco tempo não dá para percorrer o largo espaço daquele fantástico local, anui com complacência e depois de discutir sobre a inutilidade da decisão de ser táxi comum ou especial, como íamos repartir todas as despesas, achamos que seria mais de acordo um rádio táxi daqueles mais caros. Foi horrível, chamamos mais a atenção e notamos que seria mais chique ter optado pelo comum como muitas madames faziam.

Antes de sair, recebi instruções variadas sobre como me vestir. Tratava-se de uma averiguação para comprovar se estaria adequadamente trajado. Sim, fui informado de que a roupa era essencial, pois não deveria destoar dos demais fregueses e circular com naturalidade. Aliás, cabe dizer que as regras sugeridas eram claras: traje convencional, mas que fugisse do tipo “clássico demais” (calça escura/camisa clara; camisa escura/calça clara, aliás, soube que calça preta e camisa branca era estritamente proibido pois poderia ser confundido com os garçons ou pingüins) e mais, teria que tomar cuidados extremos para não esbarrar em riscos (tipo calça bege e camisa marrom). A melhor indicação seria jeans com camisa branca. A amiga que comandava a curiosa excursão garantia que assim “não tem erro” e como a última coisa que eu queria era chamar a atenção, combinei o jeans azul claro com a tal camisa de cambraia. Eu e mais uns cem homens que estavam lá. Devo também garantir que vestido de tal jeito entendi os “modelitos” da Heloisa Helena.

Lógico, a visita foi demorada. Andar por andar, sessão por sessão, grife por grife, percorremos todos os recantos, mas, foi no cafezinho que resolvemos avaliar a investida. Deslumbrada, a amiga achou que tudo era mesmo um luxo e que tinha gostado mais da parte relativa aos “complementos” que classificou de “único no Brasil”. O companheiro, surpreendentemente declarou que seu maior agrado foi o banheiro que além do bom gosto, da limpeza e da qualidade das toalhas de mãos, mais parecia um jardim de inverno. Para mim, o item mais assustador foi a segurança e explico-me: esperava que depois de passar pelo controle da entrada e superado o pelotão da porta de acesso (que também fiscalizava a saída, obviamente), nas demais dependências, deveria estar livre daqueles enormes senhores de ternos pretos, aparelhos de escutas e caras de maus. Balanços à parte, passada a farra da visita, meditando melhor, creio que a mais eloqüente sensação por que passei foi a retomada do velho filme, de 1961, Bonequinha de Luxo, protagonizado pela atriz Audrey Hepburn. Como alguns podem se lembrar, além do título em inglês “Breakfest at Tiffany’s”, o filme tratava da história de Holly, uma garota de programa, nova-iorquina, que derivava suas agruras diárias tomando café da manhã em frente à joalheria famosa. Mas o filme não me veio à cabeça apenas por causa da “Daslu”. Não. Pelo contrário, foi por causa da “Daspu” que me lembrei e então pude atualizar minha visão sociológica que mostra a esperteza das modelos que se valem do comércio do corpo e que se apropriaram da marca da elite para bradar a favor do direito de ter moda, mostrar os dramas de nossa sociedade e não negar o toque de humor dado à velha luta de classes. E cá entre nós, para ver as garotas da “Daspu” é muito mais fácil: não preciso decidir sobre roupas convenientes, nada de alugar táxis, ensaios e discussões prévias sobre comportamento. É só sair às ruas e celebrar a democracia que, por mais injusta que seja, pelo menos, não é hipócrita.

agosto 02, 2008

Realize Realice!








Todos sabem que as comunidades da periferia no Brasil vivem agonizando, carecem muito, mas detesto o termo comunidade carente, população carente, é como se todos carecessem de tudo, e nem sempre é tudo, temos mto que aprender com as pessoas em geral, e acredito que haja uma especificidade em cada uma delas, que acabam por reproduzir essas riquezas na sociedade em que vivem

Dessa forma, quando nos deparamos com arte produzida em algumas dessas comunidades, aquilo nos leva a pensar em como, apesar de tanta pobreza e miséria, algumas pessoas puderam sobressair e levar arte, cultura para o mundo?




De onde tiraram tanta beleza, criatividade e valor?

Nesse contexto, me deparei com um trabalho bem legal que uma ong de amigas formou, onde elas fazem com que coisas legais produzidas em comunidades populares possam chegar a mão das pessoas em todo o mundo.

O Instituto Realice faz com que a gente tome conhecimento desses produtos, que usam materiais reciclados e que podem estar presentes em nossas casas.

Tá curioso?

Vai lá:



Para conhecer o Instituto http://www.realice.com.br/


Para ver e comprar os produtos http://www.redeasta.com.br/


bjoka

Cidade real

Dias atrás fui fazer um trabalho de pesquisa numa cidade do interior de São Paulo. Cidade nem tão longe assim da capital, cerca de 1h30min de carro...

Cheguei lá e me deparei com uma realidade quase insólita. Um lugar limpo, verde, luminoso até, não vi pobreza, não vi qualquer tipo de poluição, sonora, visual, ambiental.

Vi jardins e parques, calçadas floridas, sinalizações respeitadas por todos, pedestres e motoristas. O que era aquilo afinal?

Carros velhos não tinha, nem mendigos ou crianças de rua, violência ali também não tinha vez.

Toda essa realidade utópica começa a me deixar cabreira... aquilo era verdade afinal? Ou tudo não passava de uma ilusão, uma brincadeira com a realidade aparente e não existente?

Começamos a entrevistar moradores, governantes, lideres comunitários: "qual o problema da cidade?"

Silêncio.

Mais silêncio.

Tentamos persuadir, de repente, eles poderiam se sentir tímidos com as cariocas curiosas...

Foi em vão.

O problema desse lugar?

Falta gente para trabalhar!

Depois de conhecer esse lugar, começo a acreditar que um bom governo realmente faz diferença, que o Brasil pode dar certo, e sinceramente, vi um mundo real, num país real, com pessoas reais, com uma única diferença, todos querem o melhor para si e para todos, e dentro dessa lógica, elegem seus governantes, acompanham os seus mandatos de perto e sabem valorizar o poder que lhes é dado: o voto.

Em ano de eleição, começo a campanha pelo melhor volto, pela consciência política, e pela esperança numa cidade melhor.