Quintana... Mário, Mário, Mário

Hoje comecei a ler uma antologia poética do Mário Quintana.

Estou encantada. Estou amando a simplicidade dele, a forma, o falar do cotidiano dando importância para cada detalhe.

Nunca fui dada a ler poesia, mas nos últimos tempos tenho sofrido influências de um determinado poeta, digamos que um poeta deveras íntimo...(e extremamente especial), o Oto.

Desde a primeira noite ele falava poesia em meu ouvido, uma música rolava ao fundo, Elza Soares, do cóxix ao pescoço, e ao pé do meu ouvido uma voz susurrava Manoel Bandeira, o dia ia amanhecendo, e a gente se encantava um com o outro... começo de tudo...é sempre uma delícia!

Como na próxima semana acompanharei o grupo de literatura que ele participa, o meu poeta particular, não quis fazer feio. O autor escolhido do grupo para esse mês foi Mário Quintana.

Pedi a uma amiga um livro dele, ela me deu a Antologia Poética. Estou lendo, devorando... e me deparo com o seguinte poema:


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SILÊNCIOS

"Há um silêncio de antes de abrir-se um telegrama
urgente

Há um silêncio de um primeiro olhar de desejo

Há um silêncio trêmulo de teias ao apanhar uma
mosca

... e o silêncio de uma lápide que ninguém lê."

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Será que eu preciso dizer mais alguma coisa?

(Silêncio)

(Silêncio)

(Silêncio)