"Mulheres são assim depressivas. Pois transformam simples simples vontades em necessidades vitais e, diante de uma transitória impossibilidade, distorcem as sensações até torná-las insuportáveis. Uma espécie de TPM zodiacal, algo meio físico, meio metafísico, energético, quem sabe, bioquímico, com certeza, que lhes ataca as idéias, enlouquecendo-as. E, por uns segundos, ela pensa em se jogar na frente de uma Kombi que está vindo."
A Kombi vem, dou um passo a frente, mas não... não vale a pena, recuo.
Ali na calçada, olho para o outro lado. Tem uma mãe segurando firme o braço da filha, para que ela não fuja, não se machuque. Penso que se ela soubesse da minha intenção segundos atrás brigaria comigo e me daria um abraço.
Tem gente que é assim. Morde, e depois assopra.
Será que ela me "salvaria" porque gosta de mim? duvido. Ela (a mulher do outro lado da calçada) nem me conhece. Mas ela me salavaria pensando nela mesma. Ela evitaria o trauma de ver uma pessoa sendo estraçalhada por uma kombi, isso provavelmente a chocaria e com certeza traumatizaria a filha.
Pessoas são assim mesmo. Pensam nelas próprias o tempo todo. Agem e agradam o outro pensando em si próprias, e consciente e inconscientemente mordem e assopram.
Confesso que também sou assim. Mas esse jogo, essa troca de interesses perde sentido quando entra no campo do amor. Nessa hora simplesmente me lanço, me entrego com tal força que esqueço de tudo, e só o "nós" passa a ter importância. Fico do lado, afago, compreendo, amo, suporto, animo, choro, sofro, vivo tudo, sempre assim...
Fico me perguntando se o outro merece... será que o outro ou o relacionamento em si merece o peso de uma doação, da doação de alguém?
Acho que não.
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Um comentário:
Hi...tem a atualizar... rsrs... já li todos!!!
Beijos,
Tati Rits
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