outubro 24, 2006

Quando a gente não sabe o que dizer...

Ontem estava no restaurante jantando quando aponta no celular o torpedo mais triste que recebi até hoje: a notícia do falecimento do pai de um dos meus melhores amigos.

Liguei na mesma hora, estava ele e mais um casal de amigos nossos no carro indo pra cidade dele, Vassouras.

O que falar?

O que dizer?

Esse amigo é daquele tipo que a gente carrega no coração, seria o irmão que eu escolheria caso tivesse essa chance. O pai dele, um coroa pra lá de animado havia ficado doente e em 3 dias, do nada, faleceu.

"Melhor assim, não deu tempor de sofere" garantiu-me ele. Mas e a gente que fica? Não deu tempo pra gente se preparar... não deu tempo pra gente terminar a relação, dar um tempo que seja, se acostumar com a ruptura.

Não tinha tanta intimidade com o pai dele, mas ele teve o filho mto tarde, tal como o meu pai que me teve quando tinha uns 53 anos...

Uma das coisas que mais achávamos engraçado era que além do fato de termos mil afinidades e sermos parecidos no modo de levar a vida e os sentimentos, tínhamos isso em comum, erámos crias de pais velhos. E só quem é filho de pais velhos entende o que eu quero dizer...

Na mesma hora, com a notícia da morte do pai do meu quase irmão, pensei na dor de perder o meu pai. De repente me senti orfã e doía muito, consegui sentir a dor da perda, e também senti medo do futuro, daquele sentimento de vazio e solidão, perder o pai assim de uma hora pra outra... ai!

Não pude comparecer ao velório e enterro, mas estou rasgada por dentro, estou sofrendo de uma orfandade, de uma falta sem tamanho pq penso na certeza da dor do meu mais querido amigo, e eu não estou lá, e eu não posso mudar o destino e o sentimento de dor.

Passei a noite pensativa, o dia inteiro ligado em pensamento nele. Como deve estar, como está a mãe? Ai meu deus.

Sinceramente nunca mais o carnaval de Vassouras será o mesmo, um dos melhores carnavais de minha vida foi lá, quando saímos eu, o meu amigo e outros amigos queridos numa ala da escola de samba na qual o pai dele era presidente de honra. Escola pequena de cidade pequena. Foi hilário! O tema era olimpíadas e a nossa ala, que deveria ter umas 20 pessoas, foi fantasiada de jockey (temos fotos). Foi maravilhoso ver aquele coroa tão orgulhoso da sua Escola, do desfile, da sua cidade.

Realmente, todos perdemos, e mais ainda o Unidos do Madruga.

Te amo meu lindo!

bjim,

Hi

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