dezembro 17, 2006

Porque quem é Rei...

... nunca perde a magestade


Queridos, depois de ter passados momentos memoráveis em frente a Tv ontem assistindo o Especial de Fim de Ano de Roberto Carlos, o post tinha que ser sobre ele, o Rei.

Estava eu na casa de uma amiga, momento pré-noitada, a novela acaba e o especial começa... Roberto inicia o show cantando Emoções, tudo muito azul, convidados globais na platéia (que inveja), orquestra afinada, "nossa realmente o ano está acabando" penso eu...

Começo a lembrar das dezenas de especiais que já assisti, eu odiava, achava a música chata e o cantor brega, mas há uns 6 anos, depois de passar por um término daqueles, onde a dor de cotovelo dava o ar de sua graça, ouvi um cd dado por uma amiga (que entendia muito bem das dores de amor) chamado As canções que você fez pra mim, um cd cantado por Bethânia que interpretava músicas do Rei.

Foi paixão a primeira ouvida. Daquele cd, passei a fuçar todos os cds da minha mãe (uma apreciadora desde os tempos da jovem guarda), e descobri o Roberto. Fui ouvindo e escolhendo minhas preferidas, algumas me lembravam o tempo de criança, quando minha mãe e meu pai eram embalados por aquela música, que temperavam os almoços de domingo, e minha mãe contava pra gente qual música tinha representado um momento específico do romance dela e do meu pai.

Roberto não me faz lembrar de nenhum amor específico, nenhum dor traumática, mas me faz lembrar sobretudo a história de amor dos meus pais e também a minha infância. Roberto Carlos era o som da minha casa. É a influência musical mais direta e forte que os meus pais exerceram na minha formação musical.

Eles não eram intelectualizados e curtiam bossa nova, nem Chico, nem Tom, na juventude não gostaram de Beatles, ou Rolling Stones, nem de rock algum, isso era coisa de classe média e como não sabiam inglês e a vida só permitia trabalho árduo de sol a sol, o tempo livre era para se perder com música que se entendia a letra (dizem eles).

Meus pais faziam parte de uma classe trabalhadora simples, moradores de subúrbio, que ouviam o samba de Beth Carvalho, assistiam Silvio Santos aos domingos e seus amores eram embalados pelas letras inconfundíveis de Roberto Carlos.

Recebi a herança de muito bom grado. E a proposta para ano que vem é vê-lo pessoalmente, quem sabe eu não consigo ir naquele cruzeiro e passo 3 dias embaladas pelas música de Vossa Magestade?

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