Em tempos de homens metrossexuais, esses dias entrei em contato com típicos homens-testosterona. Sim, eles ainda sobrevivem, já não posso garantir se são raros, mas era minha primeira entrada em um grupo até entao diferente pra mim.
Homens grandes e peludos, que pouco ligam para a barriga de chopp, fala alta e voz grossa, jogam conversa fora, típico assunto de homem-testosterona: rock, carne, mulher, moto e carro, piadas.
Não precisam contar vantagens, não é isso. Mas rola uma irmandade masculina, assim como a solidariedade feminina, os homens se unem em prol de seus gostos e afinidades. Ali é o momento de se sentirem vivos, é quando os caçadores deixam suas armas de lado e relaxam. Comentam sobre o solo de guitarra que ressoa do aparelho de som, fecham os olhos e tocam uma espécie de guitarra imaginária.
Fecham os olhos e lembram de algum fato (ou alguém) ligado aquela música específica, lembram dos shows que foram ou de quando aprenderam a tocar o acorde dificílimo.
Elogiam uns aos outros, "fulano manda bem na guitarra, porra" e por aí vai...
e as companheiras? namoradas, esposas e casinhos afins?
São meras agregadas, fazem o grupo delas, ficam em volta, bebem junto, posso até dizer que essas têm uma importância aparente, mas naquele momento é o tempo deles, elas são reles arroz de festa, acompanham.
Os homens até mostram certo carinho, chegam perto e demonstram algum afeto, mas nada de casal-pegação, ser pegajoso não é atitude de um homem-testosterona. no way!
As mulheres criam sua rede, conversam entre si, tentam encontrar afinidades, até porque começam a conviver umas com as outras não porque escolheram, mas porque foram levadas a isso. É melhor tentar encontrar afinidades e aproveitar aquele tempo da melhor forma possível...
Os seus companheiros que são amigos de longa data curtem demais os tais encontros, nada mais inteligente que fazer o mesmo. Ao longo dos encontros elas ficam mais unidas, acabam até se tornando confidentes, sabem quando os casais estão em crise, falam de suas intimidades como se fossem todas amigas de infância... acho que realmente uma amizade genuína pode até surgir dali.
Há uma certa interação entre o grupo de homens e mulheres, e dá pra perceber que não há um machismo aparente, as mulheres são valorizadas pelo grupo, percebi até certos olhares admiradores... os caras se preocupam em agradar suas mulheres, levam carne e deixam sempre o copo delas cheio. Não rola a relação de servidão por parte das mulheres bem característico de encontros de casais, essas acompanham e não servem, os homens-testosterona cuidam de tudo, da carne, da churrasqueira, da bebida, da música, do som.
Apesar de ser nova em tal grupo, me senti à vontade e permaneci com um pensamento etnográfico, um exercício de observação participante que hoje pra mim se tornou natural. Nada de poesia falada, nada de pseudo-intelectualidades, nada de teorias utópicas ou revoltas sem causa. A tônica do encontro é outra: Rock embalado por cerveja e gargalhadas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
A srta. anda namorando roqueiro? sinto muitas, muitas saudades dos meus amigos testosterona: sim, eu os tenho, estão guardadinhos lá em Vitória-ES.
linda,
digamos que está sendo uma inusitada descoberta...
beijos
Hi
aahhahaah amei acompanhar esse dia por telefone! não aguento com vc!
bjssssssssssssssssss
rsrsrrsrsrsrrs
Muito boa essa analise,rsrsrs,parece que revivi algumas tardes do passado,rsrssrrsrsrs.Se vc passar a frequentar esse grupo ainda perceberá que estão sempre no mesmo bar,mesma mesa,falando dos mesmos assuntos e se brincar na mesma ordem de assentos.
Postar um comentário