junho 18, 2007

Vida suburbana

Fazer campo é uma coisa engraçada, no início tudo é novidade, a gente percebe tudo, as novidades gritam aos nossos olhos e todas as referências são no mínimo... interessantes.

Estar em um lugar totalmente diferente, apesar de próximo a minha cidade natal está sendo uma experiêcia incrível, o mais engraçado é que toda o referencial suburbano (que a maioria dos meus amigos têm verdadeiro horror) passou a fazer parte do meu cotidiano, meus ouvidos estão se acostumando com os latidos incessantes dos cachorros, além de passar a entender os funks cantados a todo momento, ou vizinhos religiosos que colocam suas canções evangelistas bem alto, talvez na tentativa de converter os outros vizinhos (eu, por exemplo)

É isso, tem dia que acordo com funk, tem dia que acordo ouvindo hinos religiosos.

Não tem como fechar as janelas, pois essas vivem fechadas, o som simplesmente entra e faz parte da sua vida. Vc está lá, fazendo parte daquele bioma cultural intenso e barulhento.

Ontem, eu e meu companheiro de todas as horas acordamos, e ficamos assustados (senão preocupados), eram 10h da manhã e nenhum cachorro latia, nenhuma música tocava...

será dia santo? será que os meus amigos de 4 patas tiram folga aos domingos? o que estava havendo?

Colocamos uma bossa-nova, Elis Regina cantava e tomamos café-da-manhã... domingo tranquilo, pão fresco, suco de laranja feito na hora, ficamos na maior preguiça e lemos o jornal ainda deitados... não, não parecia estar no subúrbio... até que, pontualmente, ao meio-dia, uma fumaça e um cheio de churrasco invade a casa pela área da cozinha...

Corro pra janela pra ver o que era aquilo, simples, uma churrasqueira improvisada estava montada e em cima dos tijolos "umas carne" estavam sendo queimadas, crianças se banhavam na piscina de plástico e o povo estava lá, feliz tomando cintra, a cerveja da galera.

Sim, apesar de toda bossa-nova, jornal na cama e suquinho de laranja feito na hora especialmente pra mim, eu estava lá e fazia parte, o subúrbio invadia minha casa e não havia incenso que desse jeito.

Recolhemos a roupa da corda, nos arrumamos e partimos pra longe dali.

2 comentários:

Diogo Lyra disse...

Na qualidade de suburbano raiz - afinal, foram 25 anos de Irajá - tudo o que posso te dizer é o seguinte: espere só até chegar a temporada das pipas...

Beijocas aos pombinhos!!!!!!!

Katiúcia Woof disse...

Amiga, tenho andado pelos subúrbios e tive uma percepção: esse povo utiliza realmente a palavra diversão, pois não se preocupam com a pompa das elites, das roupas combinantes - quando as usam - enfim, quando saem ou estão em algum momentod e lazer, eles se divertem mesmo e saem de alma lavada, enquanto nós, saímos pra divertir os outros...mil beijocas.