setembro 17, 2007

Padecendo no paraíso

Ser mãe é uma das coisas mais incríveis, ainda mais quando se é mãe de uma gata persa.
Os gatos são as companhias mais independentes e livres que há, eles não ficam grudados na gente, não lambem e exigem carinho e não forçam discutir a relação.

Gigi, simplesmente, vive a vida dela, e criar filho para o mundo (mesmo que seja o micro mundo doméstico dela) é a coisa mais sensata a se fazer. Respeitar a vontade dela é o princípio da nosso relacionamento mãe-e-filha, quando não quero brincar com ela simplesmente deixo seus brinquedos na sala e fecho a porta, ela não se zanga comigo e continua a brincadeira na sala, sozinha, ouço o barulho do quarto, bolinhas, canudos, ratinhos e coisas afins são jogados de um lado para o outro, ela sobe no sofá, caça, afia as unhas e depois silêncio total... ela cansa, dorme, e aí então eu abro a porta, ela sobe na minha cama, e enfim deita em seu travesseiro. Dividimos a cama e os lençois e adormecemos juntas, cada uma no seu lado da cama, o meu o direito, o dela o esquerdo, sem direito a invasões.

No início, quando ainda não tínhamos intimidade (não dormíamos juntas) e ela ficava em sua casinha eu me entristecia muito, me sentia uma mãe jogada as traças, mas relacionamento é relacionamento e deve ser construído aos poucos, baseado no impirismo, na prática, e como os gatos são complexos, tive qeu dar tempo ao tempo, coloquei a minha ansiedade embaixo do tapete e tentei ser indiferente, colocava comida, limpava o cocô, e ela assistia meus cuidados , era como uma espécie de avaliação, até que depois de 2 meses ela confiou em mim.

Impensável quebrar esse voto de confiança, nos finais de semana, deixo comida reserva, peço para alguém dar uma olhada dela, e não durmo em casa, mas só por uma noite e não mais do que duas.

Esse final de semana sumi, mil programações, alguém apareceu e me tirou do rumo, e sem pensar... simplesmente fui...
deixei a Gigi dormindo sozinha, aos cuidados de um amigo querido, e ligava todos os dias, perguntava por ela, e sim, ela continuava brincando feliz, era como se não desse por minha falta.

Por um lado me deixou feliz porque ela não sofria, mas por outro... até que hoje pela manhã cheguei em casa e ela estava na porta, em cima da mesa, quado ela me viu, arregalou os olhos e miou (ela quase não mia) começou a ronronar, larguei as malas no chão, ali na porta mesmo, entrei e a peguei no colo. Um saudade que chega a doer me invadiu, e a ela também, e sem exagero, tive que ficar um hora em cima da cama para que ela pudesse transmitir seu amor e me dar carinho, numa espécie de sinfonia de ronronados e miados dengosos, é, estou convencida, eu sou mãe e minha filha, a Gigi, hoje é a coisa mais importante da minha vida.

(Enquanto escrevo o post ela se encontra dormindo aos meus pés)

6 comentários:

Diogo Lyra disse...

Quem tem gato divide um lar com um outro indivíduo...

Fê Seixas disse...

Não tenho gato, e sim um cachorro, eles não são tão independentes, mas uma coisa todos os animais de estimação têm em comum, o carinho e o amor que sentem pelo dono. Não tem coisa mais gostosa do que chegar em casa e ver aquele focinho gordo e gostoso vindo desesperadamente me cheirar.

gigi disse...

Amiga, assim que eu tiver meu apê, a Gigi passará os finais de semana comigo pra você sair. Seremos um casal lésbico moderno com a guarda compartilhada da Gigi, sua filha 'biológica' e minha 'afetiva'!

Leia isso: http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI1920421-EI4802,00.html

Chocada!

beijos

4rthur disse...

saudade!

Bianca Feijó disse...

Passei por aqui e me deparei com este belo texto,sou suspeita,pois adoro gatos,mas o contexto em si,a escrita,perfeita!
Adoro estes textos triviais que tem roupagem de literatura.
Bianca

milene portela disse...

hey!
achei seu espaço no mundo bloguiano, e, putz!
que beleza encontrar esse texto sobre gatos!
a gatinha do meu irmao já passou um ano comigo q que falta eu sinto dela!!! gatos são mtoo especiais, mesmo!
adorei seu texto, é de chorar! lindo!
=)