outubro 13, 2006

"Arquivo-Ex"

Rever alguns episódios de Sex and The City é um programa daqueles que eu adoro fazer. Eu já conheço a história toda de cabo a rabo, mas realmente alguns episódios levantam questões bem pertinentes.

Em um deles, da sexta temporada, Carrie começa a ter um relacionamento com Berger, um escritor. Eles se dão muito bem, até que ela conhece o apartamento dele. Ela elogia a decoração, ele diz que foi a ex-namorada que fez, quando eles vão dormir, ele liga um aparelho ambiente que emite sons da floresta tropical, ela questiona a necessidade daquilo, ele diz que a idéia foi da ex-namorada e começa a contar a história, Carrie mais que depressa da uma cortada na história da ex no meio, (ela não estava zangada) mas apenas deixou claro que não era importante ela saber a história toda.

Óbvio que no dia seguinte, ao encontrar as amigas isso vira pauta da conversa: Abrir ou não o arquivo-Ex?

Será que abrir o arquivo-ex tem algum significado? De que estamos querendo nos fazer conhecer por exemplo? Será que é imprescindível saber sobre esse arquivo? Será que é uma forma de mostrar intimidade, contar ao outro a sua história afetiva?

Na realidade, a Carrie dizia ter vontade de começar do ZERO, sem passado, sem falar em ex, sem falar em decepções passadas, sem falar em nomes, histórias, lembranças... mas como fazer isso????

Como conseguir apagar alguém que fez parte do nosso passado? Como eliminar simplesmente se todos os vestígios continuam lá? Presentes que você ganhou, a música que embalou o romance por meses ou anos, as suas lembranças acerca dos gostos do outro, o restaurante favorito, a melhor comida, a sobremesa que você fazia e ele amava, os lugares que vocês conheceram juntos, os amigos em comum... putz!

Como deixar tudo isso pra traz? Como começar algo totalmente novo? Será que seria muito mais fácil formatar o nosso HD e instalar a mais nova versão do Windows XP e começar limpo pra novas experiências? Acredito que sim, mas ao mesmo tempo acredito que quando a gente sai de uma relação, além dos presentes e lembranças que ficam, outras coisas ficam também e nos fazem ser pessoas melhores.

O aprendizado que tive com cada ex-namorado me fez uma mulher muito mais madura e consciente, saber a hora de ser compreensiva é uma dádiva, (óbvio que como boa mulher que sou e tendo uma TPM pra lá de temperamental, me dou o direito de dar meus "pity´s" de vez enquando,rs), mas o melhor é a maturidade surgindo e se mostrando principalmente quando sei reconhecer meus erros e quando eu consigo me colocar no lugar do outro afim de entender os dilemas e problemas dele.

Sempre fiz o atual namorado saber do meu arquivo-ex. Não sei se é errado ou certo, quem me conhece sabe que eu tenho uma boca grande, e meu lema sempre foi a transparência e autenticidade, tem uma hora que chega que você simplesmente se abre, conta o que deu errado, conta como foi magoada, como magoou e pronto. Tá feito!

Se a história irá se repetir não é uma certeza (nunca é), e muito menos um objetivo, se a relação tá bacana a gente sempre deseja (eu pelo menos penso assim) que o namorado atual seja o último.

Enfim, o arquivo-ex é e sempre será um ponto frágil. Ainda mais quando o arquivo-ex nunca deixará de ser passado, quando por exemplo se tem um filho na história, a ligação dos pais será eterna, e os novos namorados, tanto dela quanto dele têm que ter consciência disso, e nesse caso, pra quem chega depois conviver com o passado-presente do outro é um exercício diário de confiança, compreensão e por que não amor?

2 comentários:

Anônimo disse...

o pior de tudo é a exposição da própria vida , principalmente a dois, que ela faz neste blog.

como o namorado dela deixa ela fazer isso?

Enfim, o arquivo-ex é e sempre será um ponto frágil. Ainda mais quando o arquivo-ex nunca deixará de ser passado, quando por exemplo se tem um filho na história, a ligação dos pais será eterna, e os novos namorados, tanto dela quanto dele têm que ter consciência disso, e nesse caso, pra quem chega depois conviver com o passado-presente do outro é um exercício diário de confiança, compreensão e por que não amor?

Anônimo disse...

insegurança pura