janeiro 08, 2007

a falta de um amor-inventado

Ultimamente tenho sofrido de saudade.

Isso, saudade como um sofrimento, como uma dor que começa lá dentro e explode nos olhos marejados em água quando escuto uma música bonita ou vejo o entardecer do sol na praia na volta do trabalho.

Hoje foi um dia desses, voltei pra casa ouvindo umas músicas lindas, maria rita, gal costa, nando reis, lenine, zelia duncan... e comecei a pensar na saudade.

É estranho ouvir tantas músicas bonitas e não ter em quem pensar, em não ter nenhuma referência do que é bom, do que a gente procura em alguém.

Vivi uma relação linda algum tempo atrás, mas na realidade era um amor inventado, ele na verdade era fruto da minha imaginação, meus olhos cor-de-rosa me boicotaram e acabei me iludindo, vivi enfim um relacionamento com uma fantasia. Existia carne e osso, mas a personalidade, o sentimento, o caráter, a pessoa em si, fazia parte da minha mais pura imaginação.

Nem preciso dizer que me frustrei. Pois o tal de carne e osso não chegava aos pés do meu amor-inventado, que era infinitamente melhor, mais doce e meigo, um homem invejavelmente inteligente, com um toque suave de masculinidade e uma beleza interior cativante.

E, sinceramente, é muito mais difícil esquecer uma fantasia do que uma pessoa de carne e osso. To com saudades dele. É difícil fazer com ele se torne presente sem um corpo para dar forma.

Hoje procuro aquele homem em outros corpos, procuro a minha fantasia em outra pessoa. Olho em volta e tento encontrá-lo, o meu amor-inventado (e lembro do Cazuza "adoro um amor inventado"), aquele que eu sempre quis encontrar e até agora não achei. Será que ele existe? Sim, já sei o que você vai pensar... eu sei, existe sim, na minha cabeça... rs

Começo a duvidar, e passo a acreditar que não esperar, não procurá-lo passa a ser uma estratégia no mínimo mais inteligente. Assim não crio expectativas... portanto não dou lugar pra frustração.

Talvez, enquanto um verdadeiro homem não me aparece, eu namore a minha fantasia, guardada a 7 chaves dentro de mim. Aquele que eu inventei, belo, gentil, suave e seguro. E que ama a vida acima de tudo, como eu, alguém feliz que verdadeiramente procura a plenitude na vida.

Um comentário:

gigi disse...

é foda... difícil achar quem caiba nos nossos sonhos. te entendo 100%.
bjim