janeiro 17, 2007

Sindrome da Micareta

Essa madrugada foi uma daquelas bem interessantes, virei a noite fazendo um trabalho e na alta madrugada um amigo me fez companhia. Começamos dando notícias da vida um do outro e por fim conversávamos sobre a vida, sobre relacionamentos, sobre o sexo dos anjos (e dos mortais também, rs)

O negrão é um daqueles tipos que tem assunto sempre, pra tudo ele vem com uma teoria, uma percepção inusitada dos fatos, o que torna a idéia colocada incontestável muitas vezes, e totalmente aberta para novas experimentações... o conheci via internet, sua mãe me apresentou enquanto conversávamos e munida de uma caneta e papel pegou meu email, logo ele me deu adicionou e pronto, nos tornamos íntimos em pouquíssimo tempo, mas isso não é incomum quando se trata de minha pessoa... me apego fácil e sempre é recíproco.

Começamos a falar sobre os relacionamentos homem e mulher na modernidade, quando ele me veio com a seguinte frase:

"ninguém mais confia em ninguém pois estabeleceu-se a síndrome geral da micareta"

É isso. Ele tá certo... como ele mesmo me disse um dia, hoje as pessoas se masturbam nos corpos do outro, o outro simplesmente virou um instrumento para nos dar prazer...

Estou desacreditada nos relacionamentos, porque quando esses começam a se estabelecer, algo acontece, eu mesma não me sinto preparada para o peso de uma relação séria que possa virar um casamento ou algo do gênero.

Já fugi algumas vezes, outras vezes apenas encaro a situação como algo passageiro mas que por me fazer bem até ameaço a fantasiar um relacionamento duradouro, mas logo caio na razão e meço os prós e contras... não, não será dessa vez, retraio e desisto novamente.

Eu tava pensando que talvez por ter ficado a beira do altar e ter desistido de tudo... acabei por procurar alguém que não me causasse nenhum tipo de pressão, saí de um noivado estável para encarar um namoro quase-adolescente, solto e bem menos comprometido, um estudante sem eira nem beira, alguém que fosse apenas um carinha, alguém que eu não precisasse levar em casa... um verdadeiro namoro juvenil, ou que se chama de namoro de estudante, com as belezas e delícias que ele pode proporcionar, assim como a imaturidade e exageros que vem junto no pacote. Dureza... céu e inferno juntos, colados.

Não, nem vou argumentar se valeu a pena, e nem vou querer travar um discurso demagógico e provar que tudo tem o seu valor, não, não tem.

Nem tudo é aprendizado, nem tudo é experiência. As vezes é apenas constatação. Um verdadeiro choque de realidade... relacionar-se com alguém inseguro que vive dramas primários é dose... já tinha me esquecido como era ter um namorico... eu já não sabia o que era ter um desses desde os tempos da faculdade.

Mas a gente só tem essa sobriedade quando a paixão vai embora e de repente tudo fica mais claro, uma lente de aumento é colocada na nossa vista e começamos a enxergar o real, e vemos que aquela relação era na verdade... superficial e que ouvir "eu te amo" não é prova de nada... são apenas palavras (que tb são ditas por nós sem nenhum compromisso com o verdadeiro significado).

Dizer "eu te amo" é bonito, é quente, é aconhegante, porque na verdade todos querem se sentir amados, e ouvir isso num determinado momento dá o toque perfeito para a ocasião ser inesquecível.

Sim meu caros, eu digo "eu te amo" sem nenhum comprometimento, porque naquele momento eu estou sendo fiel às minhas emoções (e só isso me importa), naquele exato momento eu estou amando de verdade, e falo: EU TE AMO.

Quem ouve que receba e faça disso o que quiser.

Eu apenas digo, lanço e me afasto, falar antes de dormir é uma boa estratégia, ou então quando se está meio alto devido ao vinho que acabou de beber com ele, peço silêncio... mando a letra: "eu vou te falar uma coisa, mas não quero que vc fale nada... eu te amo e cala a boca"

Pronto, simples, foi. Os outros "eu te amo" vem mais soltos, sem menos culpa, sem menos medo.

Dali pra frente, ele também manda os "eu te amos" dele.

É como a cena se constrói, até que de repente você olha pro lado e apenas está acostumado, pronto, tudo se estabeleceu novamente. Saco!

Mas como sair disso de novo? Você simplesmete se apega aos hábitos. A gente se acostuma com o corpo do outro, com o jeito, com a voz, a gente se empolga e tenta se fazer necessária... não, ele não precisa de você, até agora tinha vivido muito bem sem você.

Por que ter pena ou receio de sair fora? Por que insistir em alguém que simplesmente não dá sentido a nada? Coragem e ânimo, sai dessa, a mediocridade não combina com você...

(a mediocridade realmente não combina comigo)

Então tchau.

Que os micareteiros sexuais continuem suas trajetórias de masturbações vazias (e inúteis)porque sempre vai haver gente disponível para a amenizar a doença alheia, essa é a satisfação deles (ou delas)... carne putrefata já rançosa e sem sabor.

Um comentário:

gigi disse...

uhuuuuuuuu!

morte ao séquito do chiclete com banana!