abril 24, 2008

POntOs de interrOgaçãO ?????????

De repente estou la. A cama grande, o quarto enorme e eu lá, tem um corpo deitado ao meu lado, mas quem é ele afinal? No fundo me sinto sozinha. Estou sozinha.

Apenas os pontos de interrogação que denotam incertezas e dúvidas me fazem companhia, e me assolam, eles buscam uma certeza que eu não posso dar, procuro, divago, pondero, mas nada é conclusivo.

O corpo ao meu lado se mexe, acorda e me pergunta o que ainda faço acordada, me faz um cafuné na cabeça e volta a dormir. Fico com inveja, queria ter a paz e o cansaço necessários para simplesmente se deixar levar e ir.

Não consigo.

Penso nele, a causa desse meu desassossego. Não, não é esse que está deitado ao meu lado, é outro. Alguém íntimo, próximo e distante ao mesmo tempo. O que faz um homem que diz não te querer mais te ligar no meio da noite, pra falar nada, pra dizer nada com nada somente, e dizer que quer te ver pra conversar? Que diabos de conversa é essa?

O que esperar? O que pensar? O que? O que? O que?

Tento controlar minha ansiedade em vão. Não consigo, apelo para os psicotrópicos, calmantes e relaxantes? Acho que não. Eles não exterminarão os malditos pontos de interrogação! Quem dera...

Mas ao mesmo tempo tem o medo da decepção, e se a tal conversa não for o que espero? E se a conversa tiver aquele teor de que você-foi-otima-mas-te-quero-como-amiga? É a morte para qualquer ex que não aceita ou não quer essa condição...

Ex.

Prefixo estranho.

Ex-mulher

Ex-namorada

Ex-amante

Ex-citada

Ex-tasiada

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Odeio esse prefixo.

Detesto pensar que sou e tenho tantos ex´s.

Bem, como não dá pra mudar tantas classificações, eu ficaria contente em apenas mudar esse último, não queria ser ex dele, apesar de ser muito feliz sendo ex dos outros todos...

É isso.

Ou é agora, ou nunca. Quer conversar? Vou encarar, e que seja feita a vossa vontade, aqui na terra como no céu.

abril 18, 2008

Alguém toca a campainha: Ding- dong!

O amor bate a porta, mas até quando ele insistirá se a gente não abrir?

Depois de tantas portas abertas em vão, finalmente decido não abrir a porta. Simplesmente entenda, quero um pouco de privacidade por favor.

Mas de repente apareceu alguém, que passou direto pelo porteiro que não anunciou a sua chegada pelo interfone, é um visitante inesperado, ele se encontra nesse momento no hall do elevador, toca a campainha e insiste, algo em mim diz pra não atender, pra que afinal abrir a porta para mais alguém? Como saber se vale ou não a pena?

Medo?

Pode ser, mas prefiro pensar que é precaução.

Depois te abrir a porta pra tanta gente, sucessivamente ao longo de tantos anos, alguns chegaram até a sala, se sentaram no sofá, tiveram um comportamento formal, e depois foram embora ficaram tão pouco tempo que não deu nem pra sentir tanta falta assim...

Porém outros pediram pra ir ao banheiro, olharam os meus cremes e perfumes em cima da pia. Era minha intimidade ali exposta. Os cheiros que disfarçam meus odores, as preocupações com as rugas que ainda não existem, as celulites e outras agruras femininas modernas todas colocadas em potes de plástico e letras garrafais, prometendo os milagres que todas nós fingimos que acreditamos.

E poucos chegaram a meu convite ao lugar mais íntimo da casa: o quarto. Entraram, sentaram na minha cama, na pontinha mesmo. Outros tomaram a liberdade de deitar, sentiram o toque do meu lençol, a maciez do meu travesseiro, a claridade entrando pela cortina logo pela manhã... eram noites intensas seguidas por manhãs preguiçosas.

Preguiça coletiva, espreguiçávamos... beijinhos curtos de bom dia, a primeira palavra do dia “Oi amor...” Ou então ficávamos em silêncio profundo, sentíamos o toque do corpo do outro, meio que como uma provocação, enfim estávamos dentro um do outro outra vez. Idas e vindas, suores, cheiros, pêlos, línguas, mãos e abraços. Nada era dito, não precisava.

Mas daí, depois de tanto, iam embora, a meu pedido ou não. Às vezes, desejo deles de largar a casa. Aquela casa que não já não mais lhes interessava, por que insistir em continuar? Calçavam os tênis e batiam a porta fechando-a atrás de si logo em seguida, apertavam o botão do elevador nervosamente, e pronto, cruzavam a portaria com a mesma pressa e determinação da chegada. Era um adeus.

Alguns meses se passam, a gente se fecha. A casa finalmente encontra-se trancada. Há tempo para limpeza, para redecorar os ambientes. Faz-se planos para o novo morador, aquelas exigências que todas as mulheres fazem, com itens e regras totalmente diferentes do último inquilino. Mais isso, menos aquilo, com tal formação... tudo um blá-blá sem propósito, porque quando menos se espera, naquele hall do elevador se encontra um novo pretendente. Um possível morador que persiste em tocar a campainha. Vou até a sala e olho pelo olho mágico, a imagem me agrada, devo abrir ou não? Merda! O medo me toma, mas acabo abrindo uma fresta, ele se aproveita e diz o que eu quero ouvir. Me conquista e entra.

Mas daí penso numa solução, abro a porta da casa, e o convido para uma conversa ali mesmo, sentados no sofá da sala. Mas antes que qualquer coisa a mais aconteça e ele queira adentrar a força meio que correndo pela casa adentro, eu fecho a porta que dá para o corredor. Sim, me sinto mais segura assim. São etapas que antecedem a intimidade. Até que ele me prove ser confiável e merecedor de chegar tão perto, como aqueles que foram até o meu quarto e não souberam dar valor a maciez do toque do meu lençol.

No fundo não quero mais um inquilino, quero um morador perene, quero dividir a casa enfim. Certa vez pensei que tivesse chegado perto, até cheguei, mas foi em vão, desistiu da casa. Desconheço suas razões, mas o vazio continua, lembro-me das manias e gostos, dos cheiros e temperos favoritos... dos hábitos... e costumes. Engraçado que ele nem sabe que chegou tão dentro da minha casa, que agora acostumada com ele tenta (em vão?) se preparar para outra possibilidade.

Pois é, vou lá fazer sala para o novo visitante quem sabe servir um chá com biscoitos, assim dará tempo para conversarmos enquanto arrumo o que sobrou do restante da casa, da minha intimidade repudiada e dos meus sonhos desfeitos.

abril 17, 2008

Controle das emoções ou o quê?

Dizem que não se pode controlar os sentimentos. Mas então como explicar aquelas pessoas contidas que amam mas não dizem, amam mas guardam tudo pra si e que acham que tomar uma atitude racional de não querer o ser amado é o melhor caminho e persistem nessa escolha, de não amar, não se entregar até que o tempo passe e tudo passe enfim????

Não entendo.

Sou do tempo que o sentimento vem em primeiro lugar, amar já é tão difícil em tempos atuais, como não viver uma história com alguém que te faz bem só por causa de algumas diferenças? Que diabos de diferenças são essas que nos fazem deixar de viver uma história de amor.

Rir junto, dormir de conchinha, comer no mesmo prato, deixar o corpo falar numa noite de sexo, dividir uma casquinha de sorvete, ir a praia e deixar o sol bater no corpo molhado e gelado do mar, dançar uma música, aquela que mais se gosta e que cantamos a letra de cor... nessas horas as diferenças não aparecem, nessas horas as tais diferenças, reles e irrelevantes, aquelas que nem lembramos nos bons momentos de diversão e prazer a dois não aparecem, mas pensando bem, pra que servem?

Desde que nascemos somos cobrados. Neném fala isso, anda pra mamãe ver, bate palma pra vovó tirar uma foto, depois é colégio, dever de casa, prova, teste final, medo da recuperação, arrumar o quarto, o armário, páre de brigar com sua irmã, coma isso, não faça aquilo, se sair tem que voltar às 21h. Não, não, não, porque não, era o que nos diziam ou respondiam. Depois tem o vestibular, tudo de novo, prova, créditos, estágios, não se pode perder a hora, primeiro emprego, salário baixo, exploração que serve pra ensinar, não satisfeitos, tem a pós-graduação, mestrado, doutorado, dissertação e tese! Projeto, anti-projeto, pré-projeto, qualificação, orientador e co-orientador... Trabalho, bolsa, sai ou não sai? Carteira assinada, recisão, FGTS, imposto de renda, o que é essa merda afinal? não vou nem falar em aluguel, filhos, pensão, porque essa realidade ainda não me pertence... (Thank God)

Os anos passam, as cobranças mudam, mas elas existem, só mudam de peso, engordam horrores. Ficam mais pesadas, mais presentes, ocupam aquele sofá de 2 lugares da sala, antes elas sentavam num banquinho no canto do quarto. Que saudades daquele banquinho...

Daí, vem alguém e diz que a gente não pode amar. Que a gente não pode curtir alguém por aquele ou esse motivo... que não podemos nos entregar por causa do medo, por causa da diferença, por causa do preconceito. Quem é esse? Quem dita essas regras? Eu quero saber quem é que manda nessa história toda, porque eu quero ter um tête-a-tete com ele!

Quem foi que me disse que eu tenho que escolher? Que o meu coração não pode simplesmente se levar, ou ser levado? Sofrimento? E daí? Há sofrimento maior que sentir fome e não poder comer o que se tem vontade? Um picanha no Braseiro da Gávea? rs...

Há maior desespero e dor que ver um filho querer um brinquedo e não poder dar?

ah...


Sinceramente?

Que os olhos do preconceito fiquem cegos do dia pra noite, que a inveja alheia se esconda debaixo da cama, e envergonhada nunca saia de lá, que a opinião pública fique rouca e vá perdendo a voz até não ter mais forças pra soltar um grunido sequer!


E que as diferenças todas se explodam, porque eu quero mesmo é ser feliz.


Beijokas


Hi