maio 09, 2007

Com a devida licença poética

Que Pablo Neruda me perdoe...
ou perdoe o autor de tamanha heresia.

Heresia tem um sabor quente e doce do proibido.
Mas sendo tema de tal pecado, resolvi postar aqui, mesmo que o sentimento já não exista mais para esse, e já se reproduza no coração de outro, ou de outros.

Porque amores se repetem, são cíclicos e ao mesmo tempo genuínos, únicos. Como explicar?

Não há como.

Apenas aprendi nas últimas semanas que o melhor que fazemos é viver um amor só nosso, sem explanar para o mundo (possuidor de olhos arregalados pra lá de curiosos e talvez invejosos) que está se amando novamente, e estar sendo amado é como um presente que só deve ser aberto ao pé da alcova, tendo apenas ele por perto, com a sua respiração esquentando a nossa nuca e a sua mão pousada na minha coxa.

Não ainda não é chegada a hora de dividir, quero guardar assim, secreto e sereno, sem grandes pretenções e alardes, sem grandes anseios ou expectativas, porque quando menos se espera, o amor simplesmente se estabelece.

Quem sabe eu não sou a Matilda de um Neruda qualquer?


Quando eu decidi ficar límpido
e buscar corpo a corpo a infelicidade
para jogar os dados,
encontrei a mulher que me acompanha
a torto e direito
na noite
na nuvem e no silêncio.

Esta é Hilaine
desde São Gonçalo
chama-se assim,
e chova ou troveje
ou saia o dia com seu pêlo azul
ou a noite delgada,
ela,
sempre-sempre,
pronta para minha pele,
para meu espaço,
abrindo todas as janelas do mar
para que a palavra escrita voe,
para que se cubram os móveis
de signos silenciosos,
de fogo verde.

5 comentários:

4rthur disse...

muito lírico... quando for chegada a hora, esplana pros seus o quê (ou quem) alimenta teus poros.

beijo, saudade.

Diogo Lyra disse...

Ah, deixa ela e o muso! Afinal, é o resultado poético visto aqui no blog e que nos traz de volta dia-a-dia...
bjs

Unknown disse...

POis é meu caro... acho que os textos já demonstram as mudanças que vêm ocorrendo... não preciso gritar pro mundo, nem explanar o causador de tamanha modificação...

ele existe e isso me basta, por enquanto não preciso dividir com ninguém, tá mto bom do jeito que está... rs

bjosssss

saudades

4rthur disse...

Eu, hein, Rosa? Fiquei parecendo bicha fofoqueira de porta de cabeleireiro de pracinha com gangorra e trepa-trepa.

Unknown disse...

Que nada meu amigo arthur, o recado não foi bem pra vc... tem gente demais interessada... rs...

e eu não estou entendendo o sentido de tal interesse... mas é melhor deixar quieto, hehe

beijos e saudades

Hi