outubro 28, 2006

As escolhas que temos que fazer

Nesses últimos dias venho pensando sobre o tema ESCOLHAS.

Como é difícil ao longo da nossa vida fazer as escolhas, como é complicado não ter alguém seguro, alguém responsável pela gente que nos dirá o que fazer, onde ir, o que vestir, o que estudar, quando parar ou quando começar qualquer coisa.

Como é pesado ser responsável por nós mesmos, tomar as decisões, fazer escolhas, e ter o compromisso conosco (e com os outros) de acertar.

Escolher e ter que acertar é um pesadelo.

E vejo que com o passar dos anos fica cada vez mais complicado. Percebo que muitas vezes arcamos pelas escolhas erradas, e por algum motivo nos fizeram seguir o rumo oposto à nossa vontade, mas que naquela hora parecia o certo a fazer, a decisão mais coerente, o que a sociedade e família esperavam da gente.

Percebo amigos em carreiras que não têm nada a ver com eles, vejo casamentos mantidos baseados na aparência, pessoas que nutrem relações de amizade (da mais pura e singela) com seus maridos, esposas... porque não querem ter o trabalho de fazer novas escolhas, tomar novas decisões, e aí percebo pessoas jovens que carregam o fardo da conseqüência das suas escolhas erradas.

Sim, a conseqüência de uma escolha errada é um fardo que a gente carrega pelo resto da vida.

Quem disse que escolher a nossa carreira profissional deveria ser aos 17 anos?
Quem disse que depois de namorar o mesmo rapaz ao longo de anos, o namoradinho da adolescência é o cara certo pra casar?

Tudo muda.

Nossos gostos, nossas vontades, a nossa identidade vai se formando... Eu, por exemplo, me encontro hoje com 28 anos e estou longe de ter a certeza da decisão do casamento, por mais que eu esteja apaixonada, não estou pronta e ponto final. (essa não é uma questão pra mim). No entanto, quanto a questão profissional foi acertada, levar mais tempo para decidir me ajudou, fazer a escolha da carreira aos 19 anos me ajudou a ter maturidade para saber o que realmente eu queria.

Acho que o que devemos fazer é deixar as obrigações pesadas de lado e tentar encontrar leveza nas decisões que temos (e não podemos protelar) que tomar.

Se errar, errou.
Se falhar, tenta-se dar um jeito.

O que não podemos permitir é que cada passo que daremos nas nossas vidas tornem-se fardos, obrigações, e caminhos sem volta.

Sempre há volta, uma placa de retorno, ou um aviso de que você está no caminho certo.

outubro 26, 2006

A necessidade de ir devagar

Esse post é para o ansiosos como eu, os impulsivos, os neuróticos, os agitados, os apressados.

Porque após esses 28 anos (quase 30) aprendi a ver que ser assim só nos leva pra pior. Aprendi mas não pratico, o que na realidade é uma pena... mas a minha esperança continua e um dia eu vou ser equilibrada o suficiente para saber dizer: pára, não, não sei, deixa pra lá, vou ver depois, vou pensar, amanhã eu resolvo, vamos parar por aqui, até depois, depois a gente vê isso...

Frases que eu adoraria dizer mais, desculpas e pausas que me fariam muito melhor, pensar antes de agir, pensar antes de falar, pensar antes de resolver. Não entendo a minha necessidade de querer resolver os problemas de todo mundo, não entendo minha euforia e neurose de querer ver todo mundo bem, de me impor na vida e escolha das outras pessoas, de intervir na decisão alheia, pelo simples fato de achar que estou ajudando...

Não, eu não estou.

Se estou trabalhando, queria que o tempo passasse logo para dominar o projeto, se estou estudando queria logo terminar a tese, se estou namorando quero a intimidade extrema logo de cara e num esforço enorme, encaro o relacionamento como um aprendizado matemático, os gostos, as manias, as formas de agir, ficam todas catalogadas em um arquivo, aprendo rápido, presto atenção nas palavras, gestos, conversas, e vou traçando um perfil, analisando, conjecturando, costurando os hábitos, o passado e presente são parte do ensinamento... louco isso.

Mania de querer ser perfeita? Talvez...

Mas isso cansa.

Cansa a mim, e a todos os envolvidos, porque no fundo ninguém merece tanta energia da gente, porque depois essa energia falta pra gente mesmo.

Tenho amigas que entraram nesse ciclo vicioso de sempre serem ótimas, sempre pensarem em tudo e em todos, que um dia esqueceram delas mesmas.

Não quero esquecer de mim, porque eu sei que depois eu vou sentir falta de mim mesma. Porque modéstia parte eu sou uma ótima companhia, pra mim e pros outros, e perder meu brilho e cor não está nos meus planos.

Viver pros outros é um dom, isso é algo que poucos têm, e se encaram essa meta é porque são superiores e se esquecem de si próprios, viram semi-deuses, tal como os santos, Madre Teresa, Chico Xavier, os jovens da Toca de Assis... enfim...

Mas no nosso dia a dia, com as nossas necessidade e vivências é impossível, porque nem todos estão preparados para uma trajetória dessas, nem a gente para se doar, nem o outro para receber. Porque se doar demais nos faz mal, e receber demais também.

E tentar encontrar o equilíbrio entre doação e recebimento é a chave para a paz.

Paz interior e com os outros.

Eu vou parar(é preciso), dar um tempo, ir devagar mesmo, olhar pro lado, tentar perceber as cores do dia, tentar ouvir os sons, sem neura e sem expectativas, sem esperar nada em troca, porque o que tiver que ser vai ser, clichê mesmo, mas um dia me disseram que, às vezes, um clichê é necessário.

Voi lá

Não sei porque mandaram essa oração pra mim, hehe

ORAÇÃO DA MULHER

"Querido Deus:

Até agora o meu dia foi bem:

Não fiz fofoca, não perdi a paciência, não fui gananciosa, sarcástica,rabugenta, chata e nem irônica.

Não reclamei, não praguejei, não gritei, nem tive ataques de ciúmes.

Não comi chocolate...

Também não fiz débitos em meu cartão de crédito e não dei cheques parcelados.

Mas estou para levantar da cama a qualquer minuto...

E aí sim...

Vou precisar realmente da sua ajuda!!!!

AMÉM!!! QUE ASSIM SEJA"

outubro 24, 2006

Quando a gente não sabe o que dizer...

Ontem estava no restaurante jantando quando aponta no celular o torpedo mais triste que recebi até hoje: a notícia do falecimento do pai de um dos meus melhores amigos.

Liguei na mesma hora, estava ele e mais um casal de amigos nossos no carro indo pra cidade dele, Vassouras.

O que falar?

O que dizer?

Esse amigo é daquele tipo que a gente carrega no coração, seria o irmão que eu escolheria caso tivesse essa chance. O pai dele, um coroa pra lá de animado havia ficado doente e em 3 dias, do nada, faleceu.

"Melhor assim, não deu tempor de sofere" garantiu-me ele. Mas e a gente que fica? Não deu tempo pra gente se preparar... não deu tempo pra gente terminar a relação, dar um tempo que seja, se acostumar com a ruptura.

Não tinha tanta intimidade com o pai dele, mas ele teve o filho mto tarde, tal como o meu pai que me teve quando tinha uns 53 anos...

Uma das coisas que mais achávamos engraçado era que além do fato de termos mil afinidades e sermos parecidos no modo de levar a vida e os sentimentos, tínhamos isso em comum, erámos crias de pais velhos. E só quem é filho de pais velhos entende o que eu quero dizer...

Na mesma hora, com a notícia da morte do pai do meu quase irmão, pensei na dor de perder o meu pai. De repente me senti orfã e doía muito, consegui sentir a dor da perda, e também senti medo do futuro, daquele sentimento de vazio e solidão, perder o pai assim de uma hora pra outra... ai!

Não pude comparecer ao velório e enterro, mas estou rasgada por dentro, estou sofrendo de uma orfandade, de uma falta sem tamanho pq penso na certeza da dor do meu mais querido amigo, e eu não estou lá, e eu não posso mudar o destino e o sentimento de dor.

Passei a noite pensativa, o dia inteiro ligado em pensamento nele. Como deve estar, como está a mãe? Ai meu deus.

Sinceramente nunca mais o carnaval de Vassouras será o mesmo, um dos melhores carnavais de minha vida foi lá, quando saímos eu, o meu amigo e outros amigos queridos numa ala da escola de samba na qual o pai dele era presidente de honra. Escola pequena de cidade pequena. Foi hilário! O tema era olimpíadas e a nossa ala, que deveria ter umas 20 pessoas, foi fantasiada de jockey (temos fotos). Foi maravilhoso ver aquele coroa tão orgulhoso da sua Escola, do desfile, da sua cidade.

Realmente, todos perdemos, e mais ainda o Unidos do Madruga.

Te amo meu lindo!

bjim,

Hi

outubro 23, 2006

Já pensando nos 30 anos...

Hoje acordei no sofá, já passava das 5h da manhã quando me dei conta que dormir ali mesmo, os gatos dormiam aos meus pés (achei tão fofo), minha última lembrança era ter começado a rever um filme do Woody Allen (Noivo neurótico e Noiva nervosa) num fim de domingo.

Levantei, deixei os gatos com o meu edredon e fui pra cama no quarto.

Dores nas costas, cabeça doendo, e comecei a pensar que realmente eu não tinha mais idade para aquilo. Me senti uma ansiã tendo esse tipo de pensamento às 5:38h da manhã, num surto louco, comecei a listar na minha cabeça o que eu não vou querer fazer e o que eu vou querer fazer após os 30 anos...

Numa espécie de surto criativo, liguei o computador e cá estou eu, escrevendo no blog sem parar (Será que Chico Xavier se sentia assim quando psicografava os relatos dos espíritos? Vá saber! rs)

Aí vai a lista...

Tá, tudo bem, eu vou deixar claro aqui que falta mais de 1 ano para eu me tornar uma Balzaca, e a lista pode mudar, as prioridades mudam, o tempo muda, a moda muda, até o Papa muda... então por que eu não haveria de mudar?! rs...

Ok, o que eu não me permito mais fazer após os temidos e esperados 30 anos:

- dormir no sofá da sala com a tv ligada (tá, eu sei que essa probabilidade vai crescer a medida que eu vou envelhecer, mas sonhar não custa nada, rs)

- entrar no motel a pé (seja com o namorado, com um casinho, com um passante, com o marido, ôpa, falei em marido, ai ai ai)

parênteses: não vou nem citar a possibilidade de rachar a conta no tal motel

- usar flores pregadas na cabeça (acho que isso é uma fase, e realmente tem moda que não combina com certas idades... a coisa mais horrenda é ver senhoritas que já usam creme anti-rugas passeando com modelitos infanto-juvenis pelas ruas, urghhhh)

- dormir na casa dos pais do namorado, e se tiver que dividir a cama de solteiro no quartinho dele (nem me fale em sexo em cama de solteiro! ughhhhhh). E pior ainda, ter que encarar os pais do sujeito na manhã seguinte na mesa de café da manhã como se fosse normal um filho e sua namorada que já passam dos 30 utilizarem dos aposentos do rapaz e a casa dos pais dele para trepar! Fala sério!

- ir a casamento de ônibus. Já encararam essa???? Pois eu já! Nada me faz esquecer após passar a roleta, vc de vestido longo e salto... o barulho que o salto faz no assoalho de alumínio do coletivo e todo mundo olhando pra sua cara hiper maquiada segurando aquela bolsinha de alcinha de strass!

- contar moedas pra sair! Isso realmente é o uó! Deixar de beber um drink, ou só ter grana pra comprar 1 único e ter que enrolar a noite toda segurando um único copo. Caros leitores, a mocinha aqui que vos fala já esteve tão dura que bebeu agua da torneira do banheiro... simmmmmm e isso eu não faço nunca mais! Ficar em casa curtindo a TV seria muito mais sensato, mas vai fazer uma criatura de 21 anos entender isso????

- ir a programas furada: festas sem gelo, churrascos sem carne, festas em família, colação de grau, casamentos cafonas de gente desconhecida... é, porque meu horror a casamento é tamanho que pra eu chegar a ir é só porque eu sou hiper-super-ultra amiga dos noivos, ou porque eu sou obrigada a ir (como casamento em família).

- dormir sem tirar a maquiagem. Já experimentaram uma noitada: olhos pretos, boca com gloss, delineador para os olhos, base cetim... ok, fica-se estonteante, mas... experimenta dormir e se olhar no espelho no dia seguinte. Verdadeiro conto da bela adormecida só que transformado: dorme-se bela e acorda-se um monstro.

- não me permito mesmo: falar em casamento (ou casamento ser pra sempre), pensar em vestido de noiva, projetar filhos, fantasiar vida a dois feliz e perfetinha, imaginar que um homem (meu "marido") vai me achar a mais maravilhosa e espetacular das mulheres (porque isso, meus caros, só em novela e filminho americano), que não vou ser traída, e nem vou trair... isso é coisa que não se permite pensar, traz mau agouro! (e se vc faz isso, bate na madeira aí 3 vezes)

- depois dos 30??? nada de virar noite ou dormir pouco, isso envelhece! Experimenta se olhar nos espelho do elevador depois de uma noite mal dormida. Aconselho a carregar maquiagem na bolsa e se a coisa estiver muito feia, aperte uns botões do elevador antes de chegar ao térreo abra a bolsa e use tudo o que vc tem ali dentro, já, ali mesmo!

- nada de dormir sem um hidratante ou um bom creme anti-sinais (eufemismo para anti-rugas) em volta dos olhos. Funciona!

- nada de fingir orgasmos!!!!!!!! Isso é pra aquela fase de auto-afirmação da fase da descoberta do sexo. Quando o lelê não estiver bom, e o carinha não estiver acertando, bota a boca no trambone e ensina a ele o que vc gosta e pronto! Espera o orgasmo chegar que ele vem! rs...

- seria bom começar a procurar no caderninho do plano de saúde (ou pegar referências) geriatras e dermatilogistas com especializaçao em estética. Prevenir é melhor que remediar! já dizia o ditado.

- além de uma balzaca linda e com a pele de pessego (e sabemos que o tempo e a gravidade chega para todos) seria bom começar a ter como meta de vida ser uma pessoa mais culta. Se não frequenta museus, passe a ir. Se não frequenta teatro, vá. Se não costuma ler livros, passe a pedir emprestado aos amigos... Se não costuma viajar, gaste menos com algum superfluo e passe a viajar, mas nada de viagens de compras, isso não vale. Mas prefira viagens culturais, Ouro Preto, Tiradentes, Paraty, vá aprender sobre cultura brasileira!

Porque pior que uma balzaca caída, é uma quase-coroa linda e burra! Eu penso logo: "que mulher é essa? teve tanto tempo pra se instruir e se tornou uma tábua"

Não há nada mais maravilhoso que ser uma mulher interessante! Acreditem! Daquelas que sempre têm algo a dizer, opiniões para dar... enfim...

- Parar de ler Caras, Quem, Época, Nova, e investir em algo mais interessante, se é pra ler revista de mulézinha aconselho duas (eu assino): TPM e Marie Claire. Se é pra ler revista mais cult, leia Bravo e Caros Amigos.

- nada de mini-saia, tomara que cai e sutiã de alça de silicone. A moda já passou e vc se permitiu usar no final da década de 90, agora já foi! joga fora a alça e compre algumas coloridas avulsas no Saara.

- no verão, nada de ficar torrando no sol, e muito menos usar aqueles bronzeadores que deixam as pessoas parecendo descendentes de índios, realmente não entendo a necessidade que as pessaos têm de querer mudar suas cores... sol dá cancêr, e é muito mais inteligente se cuidar, ficar pálida e ser saudável, compre blush, faz o mesmo efeito e vc ficará linda do mesmo jeito!

- usar cabelão comprido e muito longo e FRANJA!!!!!!!!! Nãooooooooooooooooo, isso não! Isso a gente usa quando está no primário e no máximo no primeiro grau. Acho uó aquelas mulheres velhas, num rompante de se parecer mais novas, cortam franjinhas e ainda usam chapinha e laquê pra segurar as coitadas. Elas esquecem que os kilos de tintura usadas e os hormônios transloucados mudaram a estrutura dos fios! Socorro!

- depois dos 30 não da pra deixar de ter na bolsa uma camisinha. Sim, isso também é da nossa conta, tenha a sua preferida, eu tenho. Quando vou transar faço ele usar a minha preferida! Sim, devemos dizer o que gostamos e preferimos na alcova também!

- continuar morando com os pais... ahhhhhh. E se não tiver jeito, ficar pelo menos, muito incomodado com tal situação e procurar fazer de tudo pra criar asas e ter liberdade total já é um começo. Tem que dar um jeito, república, dividir com namorado, com amiga, com amigo, com as plantas, enfim...


- ter acesso de raiva e mimo (se tiver vontade, faça, mas tome logo um calmante e durma chorando, não insista com o moço em questão, ele não te dará a mínima, porque eles nunca dão!)

- dar pity em público, fazer escândalo por causa de ciúmes, provocar namorados alheios, cair na rua (se cair que a calcinha seja linda e esteja tudo em ordem, passei um sufoco esse mês em plena Av Rio Branco, caí e não estava depilada, por sorte a calcinha não apareceu) e se cair, levante e ria do tombo.

- ficar estressada com a ex dele. E se a ex dele te provocar... fazer cara de paisagem é maravilhoso e funciona. Vá por mim! Se ela tá com raiva de vc é porque no mínimo ela se sente menor e menosprezada, e mulher assim é digna de pena.

(e que a ex que estressa não seja vc cara leitora, se for, pare já com isso, pior coisa que tem para manchar um ego feminino é mulher mal amada que não aceita que o outro refaça sua vida e seja feliz, faça o mesmo! Arrume um bofe pra lá de gostoso e saia da linha, seja feliz com ele!)


...

a lista continua. Não tem fim, mas o sono ta chegando, são 6:20h da manhã, vou tirar um cochilo.

e fico me perguntando como seria a lista dos QUASE 40, será que terá filhos em questão? marido? problemas com encanador? eletricista? menopausa precoce? Ai ai ai...

outubro 19, 2006

Numa noites dessas...

Eles estavam deitados. Após um longo dia cansativo de trabalho, o casal enfim arrumara a cama e se deitava exausto. Noite meio fria, dessas que não dá pra usar edredon mas também não dá pra ficar sem nada. Arrumaram o lençol aos pés da cama.

O clima não era de sexo, no entanto, existia uma sensação quase explítica da necessidade dos dois de terem algum tipo de intimidade. Pelo menos era isso que ela sentia.
Ela deitara no peito dele, ele passou as mãos pelo pescoço dela e ficaram em silêncio, ela acariciava o peito dele, poucos pelos, magro (mas não que tivesse músculos), pele suave, ombros curtos.

Quando o silêncio é quebrado por ele:

"Eu estou gostanto muito de você, mesmo. E eu quero dizer que isso significa que é além do sexo"

Ela não sabe o que responder, sente uma ternura enorme, afinal de contas o que se pode dizer numa horas dessas? Ficou pensativa, e uma vontade enorme de se entregar aquele amor a tomou. O que se pode querer mais da vida, indagou a si mesma. Quando se ama e se é amado (e se tem certeza da reciprocidade de tal sentimento) o resto é consequência.

E num misto de felicidade e razão, aproveitando aquele momento sem igual, começou a divagar sobre os sentimentos humanos e sua complexidade...

"Por que o amor, o sentimento, o relacionamento têm essa importância toda em nossas vidas?"

"Como pode alguém nos levar do inferno ao paraíso em questão de minutos, ou até de segundos? O tempo necessário para que uma frase seja dita, olhares sejam dados..."

Permaneceram ali, deitados, na penumbra, mas tudo estava muito claro para ela, enfim, eles eram um casal. E assim, como ele, ela pensou: muito mais que um casal de namorados, mas com certeza um casal de amigos, eternos amigos (muito além do sexo).

Dormiram abraçados, acreditanto que tudo levava a crer que ali seria o começo de uma longa história.

outubro 13, 2006

"Arquivo-Ex"

Rever alguns episódios de Sex and The City é um programa daqueles que eu adoro fazer. Eu já conheço a história toda de cabo a rabo, mas realmente alguns episódios levantam questões bem pertinentes.

Em um deles, da sexta temporada, Carrie começa a ter um relacionamento com Berger, um escritor. Eles se dão muito bem, até que ela conhece o apartamento dele. Ela elogia a decoração, ele diz que foi a ex-namorada que fez, quando eles vão dormir, ele liga um aparelho ambiente que emite sons da floresta tropical, ela questiona a necessidade daquilo, ele diz que a idéia foi da ex-namorada e começa a contar a história, Carrie mais que depressa da uma cortada na história da ex no meio, (ela não estava zangada) mas apenas deixou claro que não era importante ela saber a história toda.

Óbvio que no dia seguinte, ao encontrar as amigas isso vira pauta da conversa: Abrir ou não o arquivo-Ex?

Será que abrir o arquivo-ex tem algum significado? De que estamos querendo nos fazer conhecer por exemplo? Será que é imprescindível saber sobre esse arquivo? Será que é uma forma de mostrar intimidade, contar ao outro a sua história afetiva?

Na realidade, a Carrie dizia ter vontade de começar do ZERO, sem passado, sem falar em ex, sem falar em decepções passadas, sem falar em nomes, histórias, lembranças... mas como fazer isso????

Como conseguir apagar alguém que fez parte do nosso passado? Como eliminar simplesmente se todos os vestígios continuam lá? Presentes que você ganhou, a música que embalou o romance por meses ou anos, as suas lembranças acerca dos gostos do outro, o restaurante favorito, a melhor comida, a sobremesa que você fazia e ele amava, os lugares que vocês conheceram juntos, os amigos em comum... putz!

Como deixar tudo isso pra traz? Como começar algo totalmente novo? Será que seria muito mais fácil formatar o nosso HD e instalar a mais nova versão do Windows XP e começar limpo pra novas experiências? Acredito que sim, mas ao mesmo tempo acredito que quando a gente sai de uma relação, além dos presentes e lembranças que ficam, outras coisas ficam também e nos fazem ser pessoas melhores.

O aprendizado que tive com cada ex-namorado me fez uma mulher muito mais madura e consciente, saber a hora de ser compreensiva é uma dádiva, (óbvio que como boa mulher que sou e tendo uma TPM pra lá de temperamental, me dou o direito de dar meus "pity´s" de vez enquando,rs), mas o melhor é a maturidade surgindo e se mostrando principalmente quando sei reconhecer meus erros e quando eu consigo me colocar no lugar do outro afim de entender os dilemas e problemas dele.

Sempre fiz o atual namorado saber do meu arquivo-ex. Não sei se é errado ou certo, quem me conhece sabe que eu tenho uma boca grande, e meu lema sempre foi a transparência e autenticidade, tem uma hora que chega que você simplesmente se abre, conta o que deu errado, conta como foi magoada, como magoou e pronto. Tá feito!

Se a história irá se repetir não é uma certeza (nunca é), e muito menos um objetivo, se a relação tá bacana a gente sempre deseja (eu pelo menos penso assim) que o namorado atual seja o último.

Enfim, o arquivo-ex é e sempre será um ponto frágil. Ainda mais quando o arquivo-ex nunca deixará de ser passado, quando por exemplo se tem um filho na história, a ligação dos pais será eterna, e os novos namorados, tanto dela quanto dele têm que ter consciência disso, e nesse caso, pra quem chega depois conviver com o passado-presente do outro é um exercício diário de confiança, compreensão e por que não amor?

As muitas formas de dizer EU TE AMO

Que há infinitas formas de dizer "eu te amo" não é nenhuma novidade pra ninguém, desde a forma mais cliché reproduzida há séculos a mais inusitada... todas são legítimas e carregam um importância sem igual.

Mandar flores, escrever cartas, cartões, bilhetinhos inusitados, uma rosa vermelha deixada no travesseiro depois de uma noite de amor, caixa de bombons sonho de valsa... enfim... uma madrugada dessas, mesmo a distância tive uma experiência sem igual...

Encontramos mais uma forma de dizer "eu te amo", não só por palavras simples, mas pelas palavras musicadas. É impressionante como a música toca fundo, compositor escreve e traz melodia aquela palavra que antes era apenas uma palavra... ele põe o sentimento dele ali, a voz do cantor contribui com uma interpretação inesquecível e pronto! Já está feito, aquele amor acaba de ser eternizado.

E pensar que aquela música embalará o amor de tanta gente, serão tantas histórias iguais e também outras tão diferentes que terão como tema aquela mesma música, porque as histórias se repetem assim como os sentimentos, só mudam as personagens, mas enredo e a trama sempre serão os mesmos...

Dia desses fiquei até a madrugada recebendo esse tipo de carinho, ele ia mudando as músicas e ia escrevendo as letras pra mim, as partes que ele se identificava, as partes que ele queria falar atravéz daqueles versos... sentimentos via música, via frases escritas no msn.

Assim, íamos contruindo a nossa trilha, cada música revelava uma etapa, um tipo de sentimento, reforçava mais ainda a nossa relação e dava um outro sabor ao EU TE AMO... é isso, não basta dizer a frase mágica, ela precisa de algo mais, ela precisa de olhar, ela precisa de toque, ela precisa de clima, e como a distância não nos deixa ter esse plus... usamos o recurso da música!

Música na madrugada, embalando conversas via msn... ai ai ai

Minhas madrugadas têm sido pra lá de animadas e longas... recheadas de sentimentos de amor, entrega e paixão.

(Tá, pode me chamar de cafona e brega, esse post tá pra lá de ridículo e meloso... mas como mesmo diria Fernando Pessoa, "só as pessoas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas")

Portanto,

Viva Pessoa!

Viva a tecnologia!

Viva!

outubro 11, 2006

Esses homens incríveis e seus pensamentos misteriosos

Que a mente masculina é um mistério todas as mulheres já sabem, quem já não encheu as amigas com mil histórias, reproduzindo diálogos ao pé- da- letra como se a amiga fosse conseguir advinhar o que se passa na cabeça de um homem(ainda mais quando o homem em questão é o namorado da outra)!?

"dai ele falou isso, depois eu disse aquilo, aí ele respondeu assim... blá-blá-blá" rs...


A questão é que às vezes as coisas são mto mais simples que parecem, e nós mulheres criamos mil hipóteses, nos menosprezamos, começamos vingancinhas infundadas, fazemos jogos baseados em enganos e achômetros furados.

Um livro que está bombando no mercado editorial e que eu comprei, (apesar de não estar solteira e não fazer parte do público-alvo do livro, mas com certeza posso vir a ser...) é o SIMPLESMENTE ELE NÃO ESTÁ A FIM DE VOCÊ, onde os autores, Greg Behrndt e Liz Tuccillo interpretam as desculpas que os homens costumam dar quando eles simplesmente não estão a fim da gente. Perfeito!

Chega de bla-blas, chega de alugar as amigas que sempre colocarão panos quentes e farão vocÊ continuar nesse ciclo vicioso, mulher que é mulher tem que ter superioridade e maturidade, o jogo da verdade é sempre melhor, doa a quem doer.

Fuçando blogs alheios... encontro um que me chamou atenção... CrÔNICAS DE GUARDANAPO
onde o autor, um ser humano do sexo masculino, expões suas considerações acerca do mundo, da vida, das mulheres, relacionamentos... gostei, e indico.

Ai vai um trecho de uma crônica de guardanapo:

"...Sou muito bom em ficar ali abraçadinho pós-coito, mas como só mesmo minha analista sabe, tenho sérios problemas em ficar abraçado a quem não quero realmente abraçar. Ando meio arredio já há alguns anos e nem sei bem porque, mas isso é outra conversa. Marcando cerrado o relógio digital perto da foto dela mesma em algum lugar cliché da Europa, faço o que posso antes de sorrir, respirar fundo, apertar a moça com um abraço de um braço só, e pular da cama com uma desculpa pra ir embora tão boa que quase eu acredito que tenha mesmo compromisso logo mais. Aí, sem mentir, digo que preciso ir já juntando os fragmentos da minha passagem por ali e dou um beijo de adeus com aquele ar de penúltimo.

Cabelo desgrenhado, sorriso reprisado pra mim mesmo no espelho do elevador, cumprimento o porteiro e ganho as ruas sem lembrar a última manhã em que eu não quis ir embora, a última vez em que torci pra estar chovendo e ser domingo, a última mulher que me fez querer esquecer do mundo e viver ali, me alimentando apenas dos beijos dela. Nossa, faz tanto tempo que às vezes acho que foi até invenção da minha cabeça, às vezes imprecisa e cínica. Não faz diferenca, quem sabe na próxima, né?..."


Acho que ele disse tudo, mas deixo claro aqui, que realmente há exceções (Thank God!), o difícil é encontrar as tais exceções, mas afirmo que não é impossível, eu encontrei a minha.



bjim

Hi

outubro 10, 2006

Fazer o bem

Minha mãe sempre me diz que eu nasci com a bunda pra Lua.

Não sei se é bem isso, mas eu acredito na lei do retorno. Não ficarei falando aqui de mim mesma, dizendo que eu sou ótima, legal, gente boa... mas o que acontece é que sempre dá tudo mto certo pra mim. Quando as coisas parecem estar ruins algo novo aparece e muda tudo, minha vida dá mil voltas o tempo todo, e fico me perguntando o porquê disso.

A única justificativa que eu encontro é a hipótese da lei do retorno. Fazer bem pros outros, querer bem ao próximo acaba por fazer a gente um ser humano melhor, o que nos confere uma positividade tamanha que acaba por atrair outras pessoas tão boas e legais quanto. As coisas fluem, tenho "sorte" de ter amigos incríveis, namorado apaixonado... enfim

Faço amizade fácil, amizades mágicas, daquelas que a gente acaba de conhecer e parece que já se é amigo desde a infância, é assim, me abro e a outra pessoa acaba por se sentir tão à vontade que se entrega também.

Digo "eu te amo" muito fácil, pro namorado, pros amigos, pros meus gatos... rs

porque amo mesmo, amo a vida, as pessoas, os animais, as plantas, as palavras, as músicas e uma comida muito gostosa...rs

Credo, pareço Poliana...

Mas...

Não é demagogia, nem leviandade, sinto amor sim, intenso, pleno, gigantesco, quero ver todos bem, felizes, amando e sendo amados, colhendo sucessos e alegrias em todos as áreas de suas vidas.

Quando uma amiga casa e some, apesar da tristeza que dá pela ausência, sinto também felicidade, pq sei que ela está feliz, e está usando o seu tempo para o que está dando satisfação a ela naquele momento. Eu sei esperar, e espero ela entrar em contato.

Uma passagem de um poema do Neruda ontem me fez chorar, emocionada com o que li, me identifiquei

" Sempre ganhei, por ter sido melhor,
melhor que eu, melhor do que fui..."

é isso.

Ser melhor sempre, procurar mudar, achar o erro dentro de si próprio pra transformar... pra si próprio e para os outros sempre, porque assim, fazendo o bem, quererendo o bem, a gente sempre sai ganhando de uma forma ou de outra.

Acho que esse é o melhor exercício possível, olhar pra dentro e limpar, tirar as amarguras, os ressentimentos, e se permitir reconstruir sempre, porque nada é pra sempre, nem a vida, nem a juventude, nem nada.

Então, nada melhor que curtir o que temos no presente da melhor forma, de forma plena, justa e prazerosa.

Bjim

Hi

outubro 09, 2006

Utilitários...

Encontrei nessa madrugada uma nova forma de utilizar a webcam...

Não, não vou contar...

vc´s acham mesmo que eu vou? Tolinhos! rs...

Só revelo uma coisa: fui dormir Às 5:20h da manhã!

Façam suas imaginações funcionarem... hehe


bjo

Hi

PENSAMENTOS...

A quem interessar possa:
"-Não precisa ficar nervoso, nem mau-humorado nem ansioso. Insegurança e dúvida também não são necessárias. Não quebra as palavras nem as frases ao meio,porque isso só explicita o que foi calado. Por mais incerto que o presente pareça, lembra que há mto mais mundo além do seu campo de visão. Lembra que que no meio das incertezas, alguma coisa continua sólida. E vai continuar pelo tempo que a gente quiser. Para que se encolher dentro de si mesmo? Só porque vc sabe fazer isso tão bem? Não, muda essa estratégia. Escuta a minha voz e presta atenção na entonação, porque é aí que os sentimentos de escondem. E não precisa se sentir sozinho, porque vc não está. Nunca."

--------
" - Eu achava que o tempo curava as dores, apagava as cores e diminuía as saudades. Só que o tempo está passando e a minha saudade não está diminuindo não. Ela está é se incorporando à minha vida. Se acomodando no meio dos outros acontecimentos e deixando de ser uma nota dissonante que causa tanto sofrimento. Como se minha rotinha agora tivesse um item a mais. Todos os dias eu acordo, tomo um suco de laranja, escovo os dentes, choco os e-mails... e à noite eu volto a dormir. E duranto todo esse tempo, levo a saudade comigo, Pronto, soa quase natural.Como se essa saudade estivesse comigo desde sempre. Imagino até os médicos comentando no meu parto "a criança nasceu perfeita, mas tem saudade, coitadinha..." E esse sentimento já foi tão incorporado por mim, que nem impede as outras emoções. Não me impede de ficar feliz, triste, animada, cansada nem confusa. Não apaga meu sorriso, nem me afoga em lágrimas. Não mais. Isso era no tempo que a saudade era gritada com uma voz histérica. Agora ela já é cantada docemente em ritmo de forró (ou samba-canção)."

outubro 08, 2006

Uma rapidinha

Estou com brinquedo novo, webcam.

Só queria saber uma coisa, por que me pedem tanto pra tirar a roupa?

Estranho... acho que as pessoas se acostumaram a ver corpos, corpos nus...

que o sexo é o combustível do mundo, das relações isso eu já sabia, nenhuma novidade a vista...

Será que pensam que eu comprei o tal brinquedo pra isso? Pra exibir meu corpo? Rs...

Nem tô com essa bola toda!Ha-ha-ha-ha!!!!

Pitanguy que me aguarde, um dia tomo coragem e pronto! Tiro tudo, mesmo!

(ponto final)

Melhor do que sambar...

... é sambar no Candongueiro de graça!

Isso mesmo, sábado chato, tarde sufosa, noite chata chegando, eu me vejo sozinha em casa. É isso mesmo, apesar dos convites terem chegado eu não me animei pra nada muito trabalhoso, me arrumar, pega o carro e atravessar a ponte, baghhhhhhh!

Até que uma amiga, a companheira de todos os tempos Luciana, me liga e dá a ordem: "Se arruma agora, coloca um vestido ou uma saia que eu to passando aí daqui 20 minutos, hoje tem Candongueiro de graça, um tributo a Paulinho da Viola"

Bem que eu pensei em titubear, amarelei e ela não acreditando em mim me diz "eu não vou insistir, mas se vc quiser ficar curtindo a solidão aí o problema é seu, mas se quiser dar a volta por cima, vamos sambar"


Desliguei o telefone, olhei pro lado, ninguém em casa, nada de bom pra acontecer... ficar outra noite pendurada no computador não ia ser legal, quer saber? EU VOU VIVER, tchau mãe!

"Lu, me pega, já estou quase pronta, eu vou"

Vesti um modelito listrado fabulous, decotão e fui pra arrasar! Há tanto tempo eu não dançava...

Chegando lá, a própria visão do paraíso, sim era de graça, e estava com o número certo de pessoas, nada muito cheio... deu pra ficar sambando ao lado da mesa, que sempre é super-hiper-desputada!

Dancei por quase 5horas, com as amigas, com os amigos, com gente que eu nem conhecia, como o samba tem uma linguagem que aproxima as pessoas, me vi cantando a minha dor de amor ao lado de quem eu sequer conhecia. A gente dança a dois e não troca palavras, apenas canta a dor, a dor de amor.

E quem não tem uma dor que encaixe exatamente num samba?

"Vem quando bate uma saudade
Triste, carregado de emoção
Ou aflito quando um beijo já não arde
No reverso inevitável da paixão
Quase sempre um coração amargurado
Pelo desprezo de alguém
É tocado pelas cordas de uma viola
É assim que um samba vem"

Pois bem, voltei arrasada e feliz, me lembro como era bom os velhos tempos de boemia...

ai, ai, ai

e Domingo tem mais! Sambinha na praça do Gragoatá, o mesmos amigos de sábado frequentadores do Samba chamado Mãe D´água... que bom voltar pro circuito... lá vou eu de novo! hehe

outubro 07, 2006

Palavras ao vento

O que é a palavra? Palavra durante muito tempo foi acordo, com peso de contrato. Palavra era valor, era compromisso. Palavra era certeza. Palavra era presença. Palavra falada era Lei.

Hoje tudo mudou.

As pessoas precisam da palavra escrita, precisam de carimbo, a palavra falada só tem importância quando ela é comprovada, crescem o número de gravações telefônicas, escutas, fitas cassete...

E eu continuo acreditando nas tais palavras de outrora. Meus pais me ensinaram assim, é uma espécie de valor, de ter caráter.

Se eu digo que amo, é porque amo. Se digo que vou fazer, eu faço. Assim é que funciona pra mim. Mas me pego sofrendo, as duras penas, por causa de um mundo que não funciona dessa maneira...

Os relacionamentos...bem, esses são uma questão à parte. Acredito que deva haver Palavras, mas essas devem obrigatoriamente ser acompanhadas por ATITUDE, AÇÃO, DEMONSTRAÇÃO.

Tô cansada de ouvir, tô cansada de ver amigas que se iludiram com as tais palavras. Tô cansada de ver amigas que iludiram usando as mesmas palavras. E na relação? O que é concreto? O que faz um namoro ser concreto? O que faz o outro ter certeza do amor que diz sentir? Palavras?

Palavras o vento leva, já dizia o ditado. Mas as ações, essas sim, essas ficam.

Já perceberam que quando vamos nos remeter às lembranças nos recordamos das atitudes? das ações? As palavras são geralmente esquecidas, por isso as pessoas mandam cartas, e-mails, e no caso dos apaixonados, cartas de amor.

Lembro de um namorado que eu tive, que mesmo estudando na mesma sala do colégio me enchia de cartas, cartões, textos, poesias... eu não entendia o porquê daquilo tudo, afinal nos víamos diariamente, (e cá pra nós,eu não tinha tanta criatividade assim para responder cada um deles)... mas ele um dia me disse que quando eu não estivesse com ele e quisesse lembrar de cada momento que passamos juntos, a palavra escrita me ajudaria a lembrar do acontecimento, do que tinha se passado.

Fiquei ouvindo essa música hoje, na voz da Cassia Eller, e percebi que em poucas P A L A V R A S, ela disse tudo.


Palavras ao Vento

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança
Em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas

Palavras momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras, ao vento

outubro 05, 2006

As crianças e suas histórias: Mothern

Passei a última madrugada me divertindo com o Blog Mothern, e não resisti, mesmo sem pedir autorização postei aqui algumas histórias hilárias... divirtam-se




____________________________


Mais uma colaboração da titia-mothern Patricia:

"A grande lição que Olívia tirou de Branca de Neve e os sete anões:

- Pode comer maçã não, né?!"


________________________________________
Racionamento.

Como o tempo lá em casa, apesar de não chegar a ser de vacas magras, anda assim meio vacas-em-dieta, eu e o Ed convocamos uma reunião de família para pedir às crianças que nos ajudem na economia doméstica, mudando alguns hábitos e evitando desperdícios. Alice, apesar da gripe e de uma tosse insistente que nada está fazendo parar, era das mais atentas e empolgadas com a reunião.Um dos assuntos que abordamos foi a economia de energia elétrica: não deixar luzes e TVs ligadas à toa, reduzir o tempo no banho, fechar a geladeira enquanto se serve, etc.

Nessa hora a Alice (3), concentradíssima, levantou a mão pedindo a palavra, só para esclarecer:

- Mãe, tosse vem de dentro do corpo, não é? Não tem nada ligado na tomada, não, né?!

_______________________________________

_Gabi, você consegue se vestir sozinha?

_Consigo, sim.

Passa um tempinho.

_Gabi, vem cá pra eu te arrumar!

_Esqueceu que eu disse que me vestia sozinha? Mãe, você só pode ser a Dory!

__________________________________________

Nina:_Mãe, eu queria saber o que é uma coisa... mas eu acho que é uma palavra feia...

Respirei fundo e perguntei:_Qual é a palavra, meu amor?


_É... FULANO.

(ufa!)

_______________________________________

Ouvi de um senhor na padaria:(da série Juju bisbilhotando conversas alheias)... a menina não quer mais ir pra escola de jeito nenhum. Ontem eu sentei com ela e falei bem firme:

- Olha, fazer os filhos freqüentarem a escola é lei! É obrigação dos pais. Se você não for pra escola sua mãe pode ir pra cadeia!

- e quantos dias ela vai ter que ficar lá?

__________________________________

Você percebe que está fora de forma quando fica com dores musculares de tanto empurrar suas filhas no balanço da praça.

_________________________________

Eu gosto da Ângela, do André (4), de túneis e de trocadilhos infames:

- Mãe, você sabia que o nome desse túnel é André?

- Sei, filho. André Rebouças. E você é André Puppi.

- Mãe, também sou André Rebouças.

- Quê esso, filho?

- Tô sempre cheio de bolsa.

____________________________________________

A Moema presenciou e nos contou:Tempos Pós-Modernos (ou Balé no Elevador)

O elevador foi invadido por quatro meninas pequenas, todas com menos de cinco anos, duas das quais vestidas de bailarina, acompanhadas da babá que provavelmente tinha ido buscá-las na escola de dança.

As outras duas poderiam ser filhas da babá, ou amigas do prédio.

A menor das bailarinas entrou grudada numa das outras meninas, o que fez a babá perguntar:

- Vocês estão dançando, é?

A bailarininha então respondeu:

- Eu estou abraçando ela!

E não desgrudou.

A outra bailarina, que deveria ser sua irmã, logo deuum ultimato:

- Ei, não pode dançar não, viu, mulher com mulher, que vira jacaré....

A bailarininha não pensou duas vezes e respondeu, empolgadíssima:

- Eu vou virar jacaré com ela!!!

_________________________________________

A mãe superintendente.Você percebe que está exagerando na preocupação de responder todos os porquês da sua filha, quando ela mesma pede:

-Mãe, me fala alguma coisa que você não sabe?

__________________________________

Mais uma da menina dos porquês:

- Mãe, por que... (pensativa) por que eu tenho tantas perguntas?

______________________________________

João e Maria

_Gabriela, que bagunça é essa pelo chão da casa?!!!

_É que, se alguém esquecer o caminho para a sala, segue essas coisas aí.

__________________________________

Meu Pequeno Buda:

"- Mãe, às vezes eu queria sentir tudo o que o Felipe sente.

- Por quê, Gabriel?

- Porque ele é pequeno e se machuca muito, coitadinho. Eu tenho dó dele bater o coco, cortar o pé e espremer o dedo a toda hora.

- Ah, filho, o Felipe é muito macaquinho. Às vezes a pessoa é meio biruta e precisa se machucar pra aprender a não fazer certas coisas.

Silêncio.

- Sabe, mãe, pensando bem, eu acho que esse mundo aqui não é a vida real, é um lugar onde as pessoas vêm pra aprender as coisas. "

Eu não sei descrever a minha cara.

__________________________


_Gabriela, não pode fazer isso! Eu fico muito brava!

_ E o seu coração fica pequenininho, né?

_É. Tipo isso.

_____________________________

Ontem, vendo o comercial, comentei: essa sandália da Xuxa é horrorosa.

Nina respondeu rápido: horrorosa é você!(Eu odeio a sandália da Xuxa)

_______________________________


Ontem à noite, lá em casa.

Alice brincando com a caixa de bichinhos de plástico, pega a aranha e fala:

- Bisso fêo, fêo, fêo!!! Matá ele.

O irmão (o Dedé, meu enteado), do alto dos seus 9 anos de experiência de vida, ensina:

- Não, Lili, matar ele só porque é feio?! Tá cheio de gente feia por aí e a gente não vai matar elas.

Criança sabe ensinar as coisas.

__________________________________

Conversa entre mãe e filho:

- Antonio, sabe que "Dia" é domingo que vem?

Ele:- Sei. Domingo.

_______________________________________

De manhã:

_Gabi, vem vestir seu uniforme.

_Não sou Gabi, eu sou a Colherinha Falante.

_Colherinha Falante, vem vestir seu uniforme!

_Não chega perto, a Colherinha Falante não gosta de adulto!

____________________________________

_E aí, o que vocês fizeram na casa da vovó?

_A gente brincou e viu Save-Ums.

_E é legal?

_É, sim.

_O que são os Save-Ums?

_Ah, são uns bichinhos, meio crianças, meio monstrinhos esquisitos. É desenho animado, né, mãe, tem que respeitar...

__________________________

Gabriela chega da escola sofrendo de tps, tirana. A mãe faz as vontades. Põe, tira, lava o prato. O pai corta a comida. Ela manda descortar. Ela chora, berra. A paciência acaba. Ela é levada para o quarto. Fechamos a porta. Nina, do alto dos seus seis anos, comenta:_Que almoço desagradável...
_______________________________________

_Mãe, tem umas escolas que são assim tristes, olha só esses nomes:

- Padre Machado, Não-sei-o-quê Sagrado... por que isso, mãe?

Eu só expliquei depois de rir muito.

_________________________________-

Colors.(Ou: A volta da cor-suprema.)

Alice: “Mãe, por que a faixa da roupa de aikidô tem cor diferente?”

Eu:“Porque quando a pessoa aprende mais coisas no aikidô, ela ganha uma faixa de uma nova cor, para todo mundo saber em que nível que ela está. Você tá começando a aprender, pode usar a faixa branca. O Dedé já sabe mais um pouco, usa a laranja, e o papai, que já sabe muito, muito, usa a preta.”

Alice, depois de pensar um pouco:“Mãe, você sabia que tem gente que sabe muito mais aikidô do que quem usa a faixa preta?”

Eu:“É mesmo?! Quem?”

Alice:“A pessoa que usa a faixa rosa!”

_________________________________

Petulância

_Nina, cansei de esperar. Tou indo embora, você vai ficar aí.

_Vai com Deus.

***

_Gabi, vem falar com a tia Mariana no telefone.

_Agora eu não quero.

_Ela disse pra você ligar pra ela quando quiser, então.

_Ela deixou o número?

_______________________________________________


Hoje passou um videoclip (!) do abominável Metrô (aquele mesmo, o do balanço das horas) e eu cantei um trechinho.

A Nina:_Mãe, você conhece isso???

_________________________________________


Ser mãe é...Ser acordada às 4h20 da madrugada para responder questões inadiáveis, do tipo:

- Mamãe, como as baleias beijam?

_________________________________________

_Nina, fica quieta pra eu cortar a sua unha!

_Aaai, mãe, assim você tá amassando o meu som!

_ Som???

_É, esse osso do braço.

_É rádio, Nina.

_Ah, é.

____________________________________

Em casa, chegando da escola.

Eu: Gabi, que mão suja é essa?

Ela: É arte.

_____________________________________

Quero balinha.

– Filho, não pode. Você comeu balinha ontem. Assim não dá, precisa de limite.

Eu não quero limite. Eu quero balinha.

______________________________________

Novíssimas gerações


Alice (3) brincando com a prima (5):

- Vamos fingir que a gente é pré-adolescente?

- Vamos!

____________________________________


- Mãe, quando você era pequena, você tinha uma testinha lindinha e fofinha igual à minha, ou a sua testa era assim mesmo?

Conselho Mothern # 1:Reforce sua auto-estima ANTES de ter filhos.


_____________________________________

Outro dia eu estava comentando com a Alice uma história acontecida com a minha estagiária e a namorada dela (aliás, ex-estagiária e atual colega de trabalho. Parabéns pela contratação, Elisa!).

A Lili estranhou:

- Ué, namorada? Ela não é menina?

Expliquei:- É, mas tem meninas que preferem namorar outras meninas. A Elisa namora a Mirna.

Então ela ficou pensando um pouquinho e decretou:- Tem uma vantagem, né, mãe, de namorar outra menina...

- Qual?

- Elas podem pintar a casa delas toda de rosa!

____________________________


Da Lili, outro dia:

- Hum, mamãe, que vontade de comer peixe. Minha boca tá até suando, de tanta vontade de comer peixe!

outubro 04, 2006

Quero ser uma gaivota!





"O peixe vê a gaivota
Ela mergulha no céu
Ele voa na água"
Oto Satyro
Quando li o poema acima, que me foi mandado em meio a uma madrugada de papos via internet, me veio uma sensação de ternura... além do fato de estar namorando um poeta (o que é muito bom) ao ler a palavra "G A I V O T A" me lembrei da minha infância, do meu colégio, da minha formação. Lembrei de Fernão Capelo Gaivota.
Lembro que todos os anos, ou quase todos os anos, os professores de matéria Formação Religiosa passavam um filme pra gente ou indicavam a leitura da história do Fernão, que era uma gaivota que não se calou perante o determinismo cultural, era um revolucionário entre as gaivotas.
Lembro que a maioria dos meus colegas não davam a mínima pro filme, até porque a história já era bem conhecida de todos. Só fazendo um parênteses:
( quem estudou do Salesianos sai de lá sabendo duas coisas: a vida de Dom Bosco, e a história de Fernão Capelo Gaivota, rs)
voltando...
Então, para muitos era tudo muito chato, mas alguma coisa naquele livro, ou naquele filme me chamava a atenção: a persistência de uma gaivota em questionar os padrões sociais.
Me lembro bem o caso: As gaivotas tinham medo de voar a longas distâncias e não chegavam perto da água, viviam brigando por cada pedaço de peixe, viviam cercando os navios pesqueiros, mas Fernão descobriu um jeito de utilizar o voo em beneficio próprio, dar mergulhos, voar bem alto. No entanto, as outras gaivotas o chamavam de louco, e ele era uma ameaça.
Isso porque uma gaivota nunca contesta o Conselho do Bando, mas a voz de Fernão ergueu-se gritando:

"Quem é mais responsável do que uma gaivota que descobre e desenvolve um significado, um propósito mais elevado na vida? Passa­mos mil anos lutando por cabeças de peixe, mas agora temos uma razão para viver, para aprender, para descobrir, para sermos livres!"

O bando mostrou-se impenetrável como a pedra. Fernão foi banido da sociedade das gaivotas, condenado para a vida solitária nos Penhascos Longínquos.

Fernão Gaivota passou o resto dos dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na glória do vôo que as esperava. Recusaram -se a abrir os olhos e a ver.

Aprendia cada vez mais.

Aprendeu que um eficiente mergulho a grande velocidade lhe dava o peixe raro e saboroso que vivia três metros abaixo da superfície do mar. Já não precisava de barcos de pesca nem de pão duro para viver.

Aprendeu a dormir no ar, estabelecendo um percurso noturno pelo vento do largo, cobrindo cento e cinqüenta quilômetros desde o ocaso até a aurora.

Fernão Gaivota descobriu que o tédio, o medo e a ira são as razões porque a vida de uma gaivota é tão curta, e, sem isso a pertubar-Ihe o pensamento, viveu de fato uma vida longa e feliz.

Ao cabo de três meses, Fernão tinha mais seis discípulos, todos banidos, mas ainda curiosos acerca desta estranha e nova idéia de voar.

Quando o sol surgiu no horizonte, havia quase mil pássaros em volta do círculo olhando curiosamente para tudo que estava sendo dito. Pouco lhes importava serem vistos ou não, e escutavam, tentando compre­ender.

Fernão Gaivota falou de coisas muito simples - que as gaivotas tem o direito de voar, que a liberdade é própria da sua natureza.


Acredito que como nessa metáfora há muitos de nós que não valorizamos o diferente, não respeitamos a novidade por causa das convenções, medimos as pessoas pelo que representam na sociedade, avaliamos os outros através do status social ou título que possuem, e prejudicamos a nós mesmo quando agimos e pensamos de forma preconceituosa, por que rir de uma piada que faz alusão a uma cor diferente da nossa? Por que rir de uma piada que faz com que a orientação sexual diferente seja motivo de escárnio? Isso seria um real motivo de graça e brincadeira?


Acredito que não.

O preconceito pode estar em qualquer lugar, dentro de nós mesmos, dentro das nossas piadas, dentro da educação que damos ao nosso filho. Por que afinal menina usa rosa e menino usa azul???

Bobagem!

Uma vez lendo um livro da Fernanda Young, ela disse a seguinte frase "os olhos de preconceito são a pior deformidade para um rosto!"

Bravo.

Concordo com ela.



Livro: A História de Fernão Capelo GaivotaRichard BachRio de Janeiro, Editorial Nórdica Ltda., 1970

outubro 03, 2006

Se o Diabo veste Prada eu quero ir pro inferno!


Hoje, fui assistir o filme O Diabo Veste Prada.

Filminho relax, bem tranquilinhos daquele tipo que começa bem, no meio rola um draminha e no final tudo termina bem de novo!

Precisei de uma tarde comigo mesma hoje. Saindo de uma entrevista de emprego, pego o catamarã rumo a Niterói, passo nas lojinhas de minha preferência, dou uma olhada AROUND... entro em algumas cabines, experimento alguns modelitos... não, não comprei nada, eu tinha 2 horas para gastar comigo enquanto não dava a hora do filme.

Passo na Renner, calcinhas e camisolinhas fofas, passo nas Lojas Americanas e lembro que preciso reabastecer meu estoque de torradas e amendoins que serão devoradas madrugadas a dentro. Passo na Farmalife, procuro meu shampoo, nenhum sinal dele, droga, ele deve estar em falta, estou há um mês procurando o bendito. Enquanto isso uso um que está la na prateleira do box e que está acabando com meus cachos, ta tudo uma verdadeira palha.

Até que deu a hora do cinema, comprei suco no mcdonalds, a pipoca do cinemark
"metade de baixo doce e metade de cima salgada, com manteiga, por favor"

Entro na sala, tudo vazio, quem é que vai ao cinemas às 16h da tarde em plena terça-feira, ou aposentados, ou desempregados, ou estudantes matando aula (não era o meu caso).

Me aconcheguei na poltrona e o mundo glamouroso da moda se abriu pra mim naquela tela gigantesca.

Simmmmmmm se o Diabo veste Prada, eu quero morar no inferno, eu quero queimar junto com os franceses, eu quero Lagerfelt, eu quero Dior, eu quero Chanel, eu quero Yves Saint Laurent!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Meryl Strep deu show, chiquérrima, mais magra, se equilibrando em saltos finíssimos, cabelo super bem cortado, grisalho e a maquiagem era um sonho... quero envelhecer como ela, elegantemente. Que mulher fabulosa, um show de intepretação, ela se comunicava com o olhar, incrível, sempre falando super baixo e só comandando suas assistentes através dos olhos... nossa, era de dar medo!

Um desfile de bolsas, cintos, sapatos, Manolo Blahnik, Jimmy Choo, Marc Jacobs, ai meu Deus... dá vontade de ganhar rios de dinheiro e andar nas nuvens, ou em saltos saltos, pq quem calça sapatos como aqueles não anda, flutua!

Bem, o filme termina calço minhas sapatilhas (da Nativa mesmo) e volto feliz pra casa.

Dia lindo, noite maravilhosa começando e chegando pertinho de casa um ótima notícia:

Achei finalmente o meu shampoo!

outubro 02, 2006

"Sexo, invista em você. Compre já o seu!"

Esses dias eu tenho pensado muito sobre esse tema.

(Não que eu esteja subindo pelas paredes, estou muito bem. Obrigada.)

Mas de uma forma bem objetiva, eu tenho pensado sobre a importância do sexo na atualidade.

O sexo virou uma espécie de bem de consumo. Virou objetivo de vida para alguns, e eu me refiro àquelas pessoas que vivem em função de caçar a próxima presa. Mulheres que não enxergam homens, mas pirus ambulantes; assim como homens que não prestam atenção nas mulheres, as vêem apenas como buracos a serem preenchidos... mulheres potenciamente comíveis.

Estamos cercados por piadas, músicas, imagens, programas de TV, filmes, tudo de cunho sexual. O tempo todo estamos sendo bombardeados através dos meios multimídia. Tudo em nome do prazer supremo do sexo, sempre.

Eu nem vou mencionar aqui os indicadores sociais sobre a gravidez precoce, nem vou começar a falar sobre a infância que está cada vez mais curta, dando chances para a garotada pré-adolescente curtir programas de gente muito mais velha, programas que incluem de uma forma ou de outra, o sexo.

Sentir prazer sexual, ir em busca dele virou lei. Será que devemos sentir orgasmos sempre para ser feliz? Não sei...não que eu descorde totalmente, mas acredito que na vida haja outras formas bacanas de obtençao de satisfação além do sexo, e que se for unido a ele tudo tem outro sabor, fica mais completo, ou até mesmo mais intenso.

Vejo pessoas saindo com as outras, que não têm a mínima afinidade, só por causa de sexo. Gente que não tem diálogo, que não tem amizade, que saem só para se masturbarem um com o corpo do outro. Sem outro propósito maior, mais profundo.

É sexo pelo sexo, e só.

Daí, o que eu vejo é uma grande quantidade de gente, que sai com outra quantidade enorme de gente que não cria nenhum vínculo de intimidade. São relações fugazes, superficiais e ao meu ver, inconsistentes...

A questão nem é tao essa. Mas o sexo perdeu o sentido para muita gente.

Sexo qualquer dia virará bem de consumo, se já não é. Haja vista a quantidade de sex shops e o grande número de garotos e garotas de programas...

A problemática toda é que cada vez mais as pessoas estão se acostumando a essa nova lógica de relacionamento, mas ao mesmo tempo vejo as minhas amigas reclamarem dos caras que só querem sexo delas, vejo as minhas amigas sentindo falta de um relacionamento de verdade, com intimidade, amor, dedicação e etc... elas ficam esperando um telefonema, esperam por uma demonstração de carinho, enfim.

Não creio que essa coisa toda em cima do sexo seja uma mudança perene. Não pode, não dá. Porque uma hora o ser humano sentirá falta do outro lado, sentirá falta de um sentido pra tudo isso, pra viver, pra namorar, pra sentir e dar prazer ao outro...

E que essa fase seja mesmo apenas uma fase, eu já tive a minha época, e todos deveriam ter, nela eu aprendi a me conhecer mais, a dar mais valor ao meu corpo e ao meu jeito de encarar os sentimentos do outro. Aprendi a entender o que eu buscava e a reconhecer quando o amor batia a porta. Foi assim que me apaixonei e está sendo hoje em dia.

O nosso gramado tem que ser sempre melhor( e mais verde) do que o vizinho tem.

Olhar e cuidar do que eu tenho é infinitamente melhor do que está a solta, porque eu escolhi assim, porque eu reconheci, eu decidi. E será desse jeito, dessa forma até que esteja bem e que esteja valendo à pena pra mim, pra ele, pra nós dois.